AINDA HÁ MUITOS DELES SOLTOS |
A QUE PONTO CHEGOU O PT
Blog do Noblat - 24/06/2016
- 05h59
(Por Ricardo Noblat) Partido
roubou R$ 100 milhões do salário de servidores públicos.
Por
obra e graça da Lava-Jato, saem de cena, por ora pelo menos, o PMDB e suas
falcatruas. Entram novamente o PT e a corrupção nos governos Lula e Dilma.
O
presidente interino Michel Temer agradece comovido.
Ele
não poderia ter ganhado presente melhor a dois meses do desfecho no Senado do
processo de impeachment da presidente afastada.
É
fato que o discurso do golpe já rendeu o que podia. E que nas ruas escassearam
as manifestações contra o governo provisório.
É
fato também que o país vive a expectativa de que as coisas possam melhorar,
embora desconfie de Temer e dos que o cercam.
Mas
a queda de três ministros por suspeita de corrupção em tão pouco tempo não foi
boa para o governo recém-montado. Poderia ter sido pior.
E
o PMDB sofreu forte abalo ao ter alguns dos seus caciques, entre eles Renan
Calheiros, Romero Jucá e o ex-presidente José Sarney, atingidos pela delação de
Sérgio Machado.
A
seu modo, Temer celebrou, ontem, a volta do PT à vitrine com a prisão de Paulo
Bernardo, ministro do Planejamento de Lula e ministro da Comunicação de Dilma.
Sem
falar da batida policial de mais de seis horas de duração à sede do comando
nacional do PT em São Paulo.
O
escândalo da roubalheira na Petrobras esfriou à espera da delação da Odebrecht
e da OAS. Se ela ocorrer, voltará a esquentar.
Não
se teve mais notícias sobre o sítio de Lula em Atibaia, reformado de graça pela
Odebrecht e a OAS. Nem sobre o apartamento reformado para a família Lula na
praia paulista do Guarujá.
A
Lava-Jato parecia ter dado uma trégua ao PT. Até que... Até que ela detonou um
novo escândalo de grandes proporções: o Partido dos Trabalhadores roubou
trabalhadores.
Pois
é disso que se trata. Para terem acesso a empréstimos consignados, os
servidores federais pagaram uma taxa da qual foi descontada uma parte para encher
as burras do PT.
Funcionou
assim: a empresa Consist, contratada pelo Ministério do Planejamento, cobrava
cerca de R$ 1,00 de cada servidor por mês como taxa de manutenção do
empréstimo.
De
cada real, apenas R$ 0,30 pagava de fato o trabalho realizado por ela. O resto
(R$ 0,70) era propina para Paulo Bernardo que a dividia com seu partido,
segundo procuradores da República.
Entre
2009 e 2015, a Consist arrecadou algo como R$ 100 milhões em propina. Paulo
Bernardo é acusado de ter pessoalmente embolsado R$ 7 milhões.
O
ex-ministro é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), ex-chefe da Casa
Civil do primeiro governo de Dilma. Há indícios que o dinheiro embolsado por
ele financiou campanhas da mulher.
Uma
coisa é saquear a Petrobras – é tão grave, quanto, mas as pessoas sabem que
políticos indicam executivos de empresas estatais para saqueá-las.
RICARDO NOBLAT http://noblat.oglobo.globo.com/ |
Outra
bem diferente, de mais fácil entendimento, e capaz de provocar mais repulsa, é
um partido político meter a mão no bolso de servidores públicos.
Que
ele receba uma fatia mensal doada pelos militantes que empregou em cargos de
confiança, é problema dos militantes, embora o dinheiro doado saia do Tesouro
Nacional.
Mas
roubar dinheiro de quem pena para ganhá-lo? Dinheiro necessário à sobrevivência
de famílias?
É
razoável imaginar que jamais um partido cometeu tal ousadia. Não se tem notícia
de coisa parecida.
Nada
de mais chocante haverá de ser descoberto pela Lava-Jato, nada. De todo modo,
não se deve subestimar o PT.
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