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SEM PRESSA PARA JULGAR DILMA
Blog do Noblat - 23/06/2016
- 05h25
(Por Ricardo Noblat) A
acreditar no que diz a presidente afastada, a ela não interessa empurrar de
barriga no Senado a decisão final sobre seu processo de impeachment.
Dilma
diz-se injustamente afastada do exercício pleno da presidência da República.
Teria sido vítima de um golpe. Natural que queira voltar o mais rápido
possível.
Natural
também que o presidente interino Michel Temer deseje que o Senado decida a
questão com brevidade. Ser presidente interino é um dos piores empregos do
mundo.
O
dele é tanto pior porque se trata de um interino com todas as chances de se
tornar presidente pelos próximos dois anos e tanto. A angústia da espera é
tremenda. A ansiedade atinge os píncaros.
Sem
falar do incômodo da convivência mesmo que à distância com uma presidente que o
critica duramente e todos os dias.
Ao
PT não deveria interessar postergar nada. Ele sabe que Dilma carece de apoio
para ser absolvida pelo Senado. Ele, PT, carece de apoio para encher as ruas a
favor da volta de Dilma.
De
resto, não seria um bom negócio para o PT apostar no fracasso de Temer para
antecipar a próxima eleição presidencial.
O
partido dispõe de pesquisas de opinião que indicam a derrota certa do seu
candidato caso a eleição presidencial se realizasse este ano. Ou no próximo.
Mesmo que o candidato fosse Lula.
Os
partidos que apoiam Temer querem é mais Temer presidente, e logo, e depressa,
para que possam desfrutar das miçangas do poder.
Então
por que o desfecho do impeachment está demorando tanto? Por que ele agora só
deverá acontecer na última semana de agosto?
A
resposta simples: em respeito aos prazos do processo fixados pelo Supremo
Tribunal Federal.
RICARDO NOBLAT |
Mas
o Supremo disse que Dilma deverá ser julgada em um prazo máximo de 180 dias.
Não disse que não possa ser julgada antes disso.
Ricardo
Lewandowiski, presidente do Supremo e do impeachment em sua fase final,
poderia, se quisesse, acelerar o processo sem causar prejuízo a nenhuma das
partes.
Mas
em setembro, o ministro passará a presidência do Supremo à sua colega Carmen
Lúcia. O último ato de sua apagada gestão será o julgamento de Dilma.
Ao
que tudo indica, ele não tem pressa para sair de cena.
Tampouco
um grupo de senadores que aproveitam a transmissão ao vivo dos debates sobre o
impeachment para fazer média com seus eleitores.
O
país que espere.
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