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SÓ LOUCO
De Dorival Caymmi
Com Dorival e Gal
Só louco
Amou como eu amei
Só louco
Quis o bem que eu quis
Ah, insensato coração
Porque me fizeste sofrer
Porque de amor pra entender
É preciso amar, porque
Só louco, louco...
MARINA
De Dorival Caymmi
Com Nélson Gonçalves
Marina morena
Marina você se pintou
Marina faça tudo
Mas faça o favor
Não pinte este rosto que eu gosto
Que eu gosto e que é só meu
Marina você já é bonita
Com o que Deus lhe deu
Já me aborreci, me zanguei
Já não posso falar
E quando eu me zango, Marina
Não sei perdoar
Eu já desculpei tanta coisa
Você não arrajava outro igual
Desculpe Marina, morena
Mas eu tô de mal, de mal com você
De mal com você
Destacam-se na obra de Dorival Caymmi três vertentes: as canções
praieiras e os sambas de roda, em que predomina a Bahia, e os sambas urbanos de
inspiração carioca. É ao terceiro grupo que pertence "Marina". De
melodia e letra muito bem trabalhadas, Caymmi começou a canção pelo final,
repetindo uma frase do filho Dori (então com três anos) que, ao ser
contrariado, reagia dizendo: "Tô de mal com você, tô de mal com
você..."
FONTE:
REVISTA ÉPOCA ON LINE
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Dorival Caymmi (1914-2008) foi um cantor e
compositor brasileiro. Cantava os costumes e as tradições da Bahia. Entre suas
canções de sucesso, estão "Samba da Minha Terra", "Marina",
"Samba da Bahia", "O Dengo Que a Nega Tem" e "Saudade
de Itapoã".
Dorival nasceu em Salvador, Bahia, no dia 30 de
abril de 1914. Filho do funcionário público, descendente de italianos, Durval
Henrique Caymmi e de Aurelina Soares Caymmi, descendente de portugueses e
africanos. Seu pai tocava piano, violão e bandolim. Desde menino cantava no
coro da igreja.
Interrompeu os estudos no primeiro ano
ginasial, para trabalhar como auxiliar de escritório e, depois,
caixeiro-viajante. Nessa época aprende a tocar violão sozinho, desenvolvendo um
estilo pessoal, e compõe suas primeiras canções, como "No Sertão"
(1930). Começa a cantar no rádio e em 1935, estreia o programa "Caymmi e
Suas Canções Praieiras" na Rádio Clube da Bahia.
Em 1938, tenta a sorte no Rio de Janeiro.
Consegue apresentar-se na Rádio Transmissora cantando o samba "O Que É Que
a Baiana Tem?", mais tarde incluído no filme Banana da Terra (1938), com
Carmen Miranda, e que alcança sucesso nacional. Em 1939 passa a atuar na
prestigiosa Rádio Nacional no Rio de Janeiro, onde conhece a caloura Stella
Maris, com quem se casa. Emplaca nos anos 40 e 50 sucessos como "Samba da
Minha Terra" (1940), "Rosa Morena" (1942), "Marina"
(1947), "Não Tem Solução" (1952), "João Valentão" (1953) e
"Maracangalha" (1956), entre outros.
Nos anos 70, foi condecorado pelo governo baiano.
Apresenta as músicas "Oração para Mãe Menininha" (1972) e
"Modinha para Gabriela", da trilha sonora da novela Gabriela.
Com problemas cardíacos, passou a apresentar-se
esporadicamente em shows ao lado dos filhos Dori, Nana e Danilo, também músicos
de sucesso. Em 60 anos de carreira, Dorival Caymmi gravou cerca de 20 discos,
mas o número de versões de suas músicas feitas por outros intérpretes é
praticamente incalculável. Sua obra, considerada pequena em quantidade,
compensa essa falsa impressão com inigualável número de obras-primas. A editora
Lumiar lançou em 1994 o songbook com suas obras, acompanhado por três CDs.
Dorival Caymmi morre de falência múltipla dos
órgãos, no Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto de 2008.
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TOM JOBIM
Eu
conheci o Dorival Caymmi nos idos de 48, 49. Eu estava assim muito empenhado,
eu queria ser músico de qualquer jeito, me aproximei dele e depois nos tornamos
grandes amigos. O Dorival Caymmi é um gênio, uma pessoa assim que se eu pensar
em música brasileira eu vou sempre pensar em Dorival Caymmi. Ele é uma pessoa
incrivelmente sensível, uma criação incrível, eu digo isso sob o ponto de vista
musical, sem falar do poeta e do pintor, porque o pintor, inclusive, eu ganhei
um quadro dele, eu dei uma flauta ao filho dele e ele me deu um quadro que é
uma maravilha. Eu outro dia perguntei a Danilo Caymmi: mas, rapaz, como é que
seu pai pinta assim? Ele disse, ele estudou. Um negócio! Porque o Dorival é um
grande pintor mesmo, não é negócio de brincadeira não, e nas músicas, então,
nem se fala… Fonte: músicaemprosa.com.br