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FOGO CRUZADO
(Por Violante
Pimentel) Jalmar e Ana, Maurício e Odete, eram dois
casais jovens e muito amigos, que moravam quase vizinhos. Jalmar desconfiou que
havia um romance entre o “amigo” e a sua esposa. Preparou uma incerta e viu de
longe Maurício, à tarde, saindo da sua casa, sozinho. Ao chegar ao quarto, Jalmar
encontrou a cama desarrumada, e a esposa se recompondo na penteadeira, com os
cabelos molhados. Não havia mais dúvida de que Ana e Maurício eram amantes.
Jalmar enfrentou a esposa, jogando-lhe na cara que ela o estava
traindo, e que iria se separar dela. A mulher não se defendeu e disse que
aceitava a separação. Jalmar ficou calado alguns minutos e disse à mulher que
estava disposto a abafar o caso e continuar com ela, mas com uma condição:
Ela chamaria o amante na sua casa no dia seguinte, e diria que o
marido havia viajado. Na hora em que eles estivessem no quarto, Jalmar abriria
o portão da garagem, e a esposa esconderia o amante dentro do guarda-roupa,
fechando-o de chave. Em seguida, Ana deveria atrair a esposa do amante até sua
casa, sob qualquer pretexto.
Coagida, Ana viu-se obrigada a obedecer às ordens do marido.
Convidou Maurício para ir à sua casa na manhã seguinte, dizendo que Jalmar iria
viajar. Maurício chegou na hora marcada, e os dois amantes foram logo para o
quarto do casal. Quando estavam se amando, ouviram o portão da garagem se
abrir. Percebendo que o “amigo” havia chegado inesperadamente, o amante aceitou
se esconder dentro do guarda-roupa. A mulher fechou a porta e tirou a chave.
Cumprindo as ordens do marido, Ana foi chamar Odete, a esposa do seu amante,
para ir até sua casa, olhar uns produtos “que havia recebido para vender”. A
mulher veio imediatamente.
Jalmar, o dono da casa, cumprimentou a amiga, segurou-a pela mão e
levou-a até o quarto, trancando a porta por dentro. Assustada, Odete ouviu
Jalmar dizer que descobriu que sua esposa Ana e Maurício eram amantes. Queria
se vingar dos dois, pagando na mesma moeda. Levou a mulher para junto do
guarda-roupa e ali mesmo conseguiu possuí-la com luxúria, gemidos e sussurros.
Disse-lhe que, quando terminassem o ato sexual, iria lhe dar uma joia muito
valiosa.
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A mulher, sem forças para reagir, aceitou tudo o que Jalmar quis
fazer.
Maurício, trancado no guarda-roupa, ouviu toda a conversa e
acompanhou o ato sexual entre sua esposa e o amigo, a quem ele vivia corneando.
Reconheceu que tinha errado, mas agora era tarde.
Terminado o ato de amor, a mulher perguntou pela joia que o amigo
lhe havia prometido. Jalmar abriu a porta do quarto e chamou a esposa Ana, a
adúltera, para que abrisse o guarda-roupa. De dentro do móvel, saiu o “pé-de-lã",
que ouviu o "amigo" dizer:
– Eis aí, minha amiga, a joia que lhe prometi!
Os dois homens se olharam envergonhados.
Jalmar, então, falou:
– Agora estamos quites! A nossa amizade era tão grande, que
partilhávamos tudo, menos as nossas mulheres. Agora não nos falta partilhar
mais nada…
E os dois casais continuaram com a mesma amizade...
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