SILÊNCIOS E
ZUMBIDOS
Não passa pela minha cabeça querer devassar os umbrais dos seus
silêncios. Tampouco ousaria tentar desvendar a intimidade do não-barulho de seu
pensar. Seja o calar de um século silencioso ou a mudez de uma pedra calada, o
silêncio ainda é a melhor forma de se dizer algo consistente. A linguagem do
seu olhar fala mais alto que suas próprias palavras. A língua da emoção não
sabe falar. Cala, e no silêncio grita tudo o que precisa ser dito. É assim que
ouço seu falar. Seus silêncios fazem um grande alvoroço na consciência dos que
entendem a linguagem silenciosa do fazer bem, o calar do amor por desnecessário
ser qualquer ruído. Um silêncio que provoca um intenso barulho em minh’alma que
escuta as coisas com os ouvidos do coração e absorve os zumbidos todos com o
sentimento de amor aflorado. Melhor adentrar à calma que me induz os seus
silêncios.
Xico Bizerra é compositor, poeta, cronista e produtor musical. Tem mais de 270 composições gravadashttp://www.forroboxote.com.br/ |
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