QUANDO
A HISTÓRIA É MAL CONTADA!
Foto: Clóvis Campêlo |
Como diz o escritor Urariano
Mota, muito pouca gente sabe que o que está ruim ainda pode ficar pior. É o
caso, por exemplo, do Forte de Nossa Senhora do Pau Amarelo, na praia do Pau
Amarelo, na cidade do Paulista, no litoral norte de Pernambuco.
Segundo a Wikipédia, o
monumento, de propriedade da prefeitura do município, foi tombado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 24 de maio de 1938,
sob o número 84 no Livro das Belas Artes. Mesmo assim, encontra-se atualmente
em condição inadequada de conservação, com as paredes da parte superior da
edificação pichadas, e o que é pior, repleto de lixo e excrementos humanos e
animais. Visto de fora, conforme as fotografias acima, ainda apresenta um
aspecto imponente e belo, mas, não se pode dizer o mesmo da parte superior.
Ainda segundo a Wikipédia,
na sua parte inferior, que estava fechada quando da nossa visita, de acordo com
o convênio assinado em 2001, entre a Prefeitura do Paulista e o Instituto de
Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico e Científico (IPAD) para restauração do
forte, estava incluído o disciplinamento do comércio local, a instalação de um
posto do Banco do Brasil e um outro da Polícia Militar, além da transformação
de uma quadra já existente na frente do Forte em uma praça para grandes
eventos. Além disso, nas salas existentes no andar térreo, que já chegaram a
ser invadidas por famílias de baixa renda, iriam ser instaladas lojas de
artesanato, um centro de informações turísticas e um museu histórico da cidade.
Pelo estado de conservação do monumento hoje, porém, não acreditamos que isso
tenha acontecido. A quadra em frente ao Forte continua ociosa e ocupada por
vendedores de comidas típicas.
Foto: Clóvis Campêlo |
De positivo, porém,
observamos que as construções irregulares que haviam no entorno do Forte (bares
e barracas) foram demolidas. Ao mesmo tempo as ruas que cercam o patrimônio
histórico foram calçadas, facilitando o acesso ao prédio. O avanço do mar na
área, obrigou as autoridades competentes a construírem um pequeno muro para a
contenção das águas marinhas. Desse modo, a praia que existia no local ficou
prejudicada, principalmente quando a maré está alta. A grande quantidade de
coqueiros que havia na praia, a alguns anos atrás, também foi derrubada pelo
avanço da maré.
Segundo o site da Fundação
Joaquim Nabuco, existe ainda no local uma capela, cuja padroeira é Nossa
Senhora dos Prazeres, salientando que o início da povoação de Pau Amarelo data
da construção do Forte, no século XVIII.
Lamentamos, portanto, que o
monumento hoje ainda não esteja numa condição que faça jus ao seu valor de
patrimônio histórico de Pernambuco. O Forte do Pau Amarelo, ao lado dos outros
fortes que ocupam espaços na cidade do Recife e em outras cidades do nosso
litoral, integra um sistema de defesa concebido pelos nossos colonizadores
portugueses para a sua proteção. Interessante seria que esse circuito histórico
fosse valorizado e sistematicamente utilizado como forma de incremento
turístico em nosso Estado.
A nossa história precisa ser
melhor contada!
Clóvis Campêlo |
Nenhum comentário:
Postar um comentário