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CARTÓRIO
Sempre
impliquei com todos que ali há habitam e nos esfolam. Acho absurdo que uma
tipinha qualquer, que ninguém sabe de onde veio nem para onde vai, duvide de
que eu sou eu. Não sei escrever por extenso. Nem quero aprender. Tal assinatura,
coisa de trinta anos atrás, jamais repetirei. Francamente. Tudo bem pago. Em troca
de atendimento ordinário. Você sob suspeita o tempo todo.
Isso
é pinto perto de inventário. Pai morreu. Gastos medonhos, aborrecimentos ainda
maiores. Bisa Nilza, amor de minha
vida, também se foi. Durante quarenta e tantos anos a chamávamos, oficialmente,
de Maria Leonilza da Ressurreição.
Qual o quê! Na certidão de batismo, mais claro impossível. Nada de Leonilza, menos ainda de Ressurreição. Simplesmente Maria. Da Silveira.
Com
tia Laura, foi pior: Irmã da mãe,
meses mais nova, foi batizada e registrada, pelo pai (dela, meu avô), pelo
padre e pelo cachaceiro do cartório, amigo do avô. Mãe era Neide Minas. Tia Laurinha
virou Laura Manzanares e não se fala
mais nisso.
E
eu, por falta de sobrenome confiável, dei no que dei: em nada.
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