O TROCADILHO
(Por Violante Pimentel) Adamastor
era um antigo advogado de Natal, muito eloquente e bem sucedido. Boêmio
inveterado, era frequentador assíduo de mesa de bar e não podia ver uma mulher
bonita. Muito insinuante e simpático, o homem era metido a conquistador, apesar
de ser casado. Tinha mania de fazer trocadilhos inteligentes. Chegava ao bar
muito bem humorado, e gostava de dizer brincadeiras, como:
“Não
confunda a obra do mestre Picasso com a pica de aço do mestre de obras”; “não
confunda bife à milanesa com bife ali na mesa”; “não confunda Carolina de Sá
Leitão com Caçarolinha de assar leitão”. Todos no bar se divertiam com os seus
trocadilhos e piadas.
Num
domingo pela manhã, Adamastor se encontrava numa mesa de bar, com dois amigos,
quando adentraram duas mulheres, bem vestidas e sérias, que aparentavam estar
voltando de uma missa. Sentaram-se numa
mesa ao lado da sua e pediram guaraná ao garçom. Uma delas se destacava pela
beleza do vestido, cujo decote indicava ser a mesma possuidora de seios
enormes. No pescoço, a mulher exibia uma corrente de ouro, com um grande
pingente, onde se destacava a Ceia do Senhor.
Já
sob o efeito das cervejas que estava tomando, o homem notou os “peitões” da
mulher, e não conseguia tirar os olhos dela. Percebendo o olhar fixo do
advogado no seu busto, a mulher, mesmo envaidecida, fez de conta que não estava
gostando, e quis lhe dar um “tranca”. Dirigiu-lhe, então, algumas palavras,
segurando e lhe exibindo o pingente da “Ceia do Senhor”:
|
--
Estou notando que estou sendo muito observada! O cavalheiro está admirando a
“Ceia do Senhor”?
Em
cima da bucha, o homem respondeu:
--
Não! Eu estou admirando os seios da senhora!!!
Imediatamente
as duas mulheres pagaram os refrigerantes e saíram do bar. Depois que elas se
retiraram, os amigos do advogado explodiram numa uníssona risada...
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