sábado, 18 de julho de 2015

O CANTO DE VÓLIA

A LIÇÃO DA PÉROLA

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Há dias que a dor dói em mim,
De forma cruel e amarga,
Que parece não ter fim.
E a minha alma se angustia,
E a vida parece que é só agonia.

Há certos dias,
Que se eu pudesse escolher,
Eu não os viveria,
E se me fosse possível fugiria,
E esconder-me-ia,
Em um mundo tão secreto,
Que nem eu mesma me acharia.

Há dias que a dor,
Parece mais uma canção vazia,
Um verso sem poesia,
Uma manhã sem Sol,
Uma madrugada escura e fria.

Há dias em que o silêncio,
Pesa como escura nuvem de chumbo,
E que o sorriso não encontra lugar,
Em um rosto cansado e sem cor.
Há dias que parece que só há
Espaço para dor.

Mas vejo a pérola,
Que no seio da ostra se cria.
A princípio é um mero grão de areia,
A lhe causar agonia.

E o pequeno grão incrustado,
Na intimidade da ostra indefesa,
Causa dor, causa desconforto,
Sofrimento e estranheza.

E o que faz a ostra
Diante do inevitável?
Aceita a areia como companheira,
E com carinho e paciência,
A vai revestindo do nácar precioso,
Que produza pérola de rara beleza.

Essa é a lição que aprendo,
E todos os dias reflito,
Que diante da injustiça,
Da defecção, daqueles,
Que nesta vida, faz morada
Em nosso coração.

Esqueçamos a mágoa,
Que não constrói, nem purifica,
E envolvamos nossa dor,
No nácar mais puro do perdão.
Pois quem magoa é doente,
Quem não ama é aleijado.
Tem o coração malsinado,
E merece do nosso amor,
Devotamento e compaixão.


11/09/2012

Vólia Loureiro Do Amaral

Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 


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