A LIÇÃO DA PÉROLA
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Há
dias que a dor dói em mim,
De
forma cruel e amarga,
Que
parece não ter fim.
E a
minha alma se angustia,
E a
vida parece que é só agonia.
Há
certos dias,
Que
se eu pudesse escolher,
Eu
não os viveria,
E se
me fosse possível fugiria,
E esconder-me-ia,
Em
um mundo tão secreto,
Que
nem eu mesma me acharia.
Há
dias que a dor,
Parece
mais uma canção vazia,
Um
verso sem poesia,
Uma
manhã sem Sol,
Uma
madrugada escura e fria.
Há
dias em que o silêncio,
Pesa
como escura nuvem de chumbo,
E
que o sorriso não encontra lugar,
Em
um rosto cansado e sem cor.
Há
dias que parece que só há
Espaço
para dor.
Mas
vejo a pérola,
Que
no seio da ostra se cria.
A
princípio é um mero grão de areia,
A
lhe causar agonia.
E o
pequeno grão incrustado,
Na
intimidade da ostra indefesa,
Causa
dor, causa desconforto,
Sofrimento
e estranheza.
E o
que faz a ostra
Diante
do inevitável?
Aceita
a areia como companheira,
E
com carinho e paciência,
A
vai revestindo do nácar precioso,
Que
produza pérola de rara beleza.
Essa
é a lição que aprendo,
E
todos os dias reflito,
Que
diante da injustiça,
Da
defecção, daqueles,
Que
nesta vida, faz morada
Em
nosso coração.
Esqueçamos
a mágoa,
Que
não constrói, nem purifica,
E
envolvamos nossa dor,
No
nácar mais puro do perdão.
Pois
quem magoa é doente,
Quem
não ama é aleijado.
Tem
o coração malsinado,
E
merece do nosso amor,
Devotamento
e compaixão.
11/09/2012
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica..
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia)
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance).
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