Cuidei
das palavras
desatei
emoções...
acarinhei
umas rimas
e
sempre a mesma certeza:
O
silêncio
e
o espanto de um corpo
que
se quer mar...
as
ondas a galopar
desmanchando
a
doçura que se quer dar...
***
Todos
os domingos, seguem o mesmo ritual, acordam sem pressas e preparam o pequeno
almoço em conjunto. Ela faz o café, sabe que ele o aprecia da maneira
tradicional e gosta de lhe dar esse pequeno prazer, impregnando a pequena
cozinha de um aroma delicioso. Ele faz as torradas, corta o pão à medida
exacta, nem muito fino, nem muito grosso e barra-o com delicadeza sem o ensopar
de manteiga. Como de costume, ele não faz a barba - para descansar a cara - o
cabelo em desalinho e as rugas, dão um toque de charme que a fascina, como da
primeira vez que se olharam. Sentados, degustam aquele momento com a ternura de
um amor genuíno, sem os arroubos da paixão, mas com a serenidade de quem passou
pelas tempestades da vida, sem que os sentimentos se sintam beliscados.
ANA ANDRADE |
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