De
tudo o que se cala, escolho as palavras que não tem voz!
Deste lado do silêncio
guardo um beijo,
que carece de memória
e magoa a ternura,
que delineia o sal do meu olhar.
***
ESCONDIDA
Escondida
na
sombra do tempo,
há
uma janela
cercada
de
sonhos e lembranças,
que
rompem as distâncias
e
trauteiam silêncios
que
só eu sei escutar.
Ao
alvorecer
nada
era profano,
aconteciam
sorrisos
lavrados
no
crepúsculo de um olhar
e
que regavam de ternura,
as
tardes
em
que o poente,
se
insinuava
nos
ombros do Indico.
Ao
anoitecer
havia
velas perfumadas,
batuques
cadenciados
e
estrelas de cristal
que
se acendiam em cascata,
tingindo
de fulgor
o
horizonte inebriante:
perdição
do meu olhar.
Escondida
desligo
o relógio do tempo
e
regresso às palavras
que
encobrem minha solidão!
ANA ANDRADE
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