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POR QUE DILMA CAIU
BLOG DO NOBLAT - 12/05/2016
- 05h59
(Por Ricardo Noblat) A
presidente Dilma Rousseff não caiu porque desrespeitou a Lei de
Responsabilidade Fiscal, embora tal crime bastasse, por encontrar respaldo na
Constituição, para que ela caísse. Caiu porque se esgotou sua autoridade
política. Não tinha mais como governar.
Seus
erros na condução da economia, tanto no primeiro como no segundo mandato, e as
consequências daí decorrentes para o país, custaram-lhe a perda de apoio
político, sem o qual nenhum governante se sustenta. Apoio à direita, à esquerda
e ao centro.
Uma
vez reeleita com o discurso de que o país estava muito bem e que os programas
sociais não apenas seriam mantidos como ampliados, ela teria que dar meia volta
volver e dar o dito pelo não dito. Não haveria dinheiro para quase nada.
Haveria cortes. O país já ia mal, e ela sabia disso.
Seria
impossível para ela reconciliar-se com a realidade sem assinar a confissão de
que mentira para se reeleger. Mas não só. Dilma não contaria com o apoio do PT
e dos seus aliados à esquerda para fazer tudo o que deveria ser feito. E ela
também sabia disso.
Faltou-lhe
coragem e convicção para romper ou distanciar-se daqueles com os quais sempre
conviveu ao longo de sua vida. O resultado era mais do que previsível. Dilma parou de governar. O imobilismo marcou
seus últimos 16 meses e quase 15 dias na presidência.
Ricardo Noblat é jornalista |
Um
governo incapaz de obter o apoio de 171 deputados em um total de 513 para
barrar o impeachment não merecia continuar de pé. Obteve menos de 140. O placar
favorável à admissibilidade do impeachment no Senado confirmou, há pouco, o que
a Câmara antecipara.
Não
foi o Congresso que derrubou Dilma – foram as ruas. A rejeição dos brasileiros
ao desempenho dela no cargo é superior à rejeição a todos os presidentes
eleitos de 1950 para cá. Ela chegou ao ponto de não poder mais se dirigir ao
país pela televisão sem provocar panelaços.
Era
uma presidente que não podia ir e vir livremente para não correr o risco de ser
hostilizada. Só participava de atos públicos sob a garantia prévia de que seria
recebida por plateias domesticadas. Foi interditada, pois, muito antes de
começar a ser interditada pelo Congresso.
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