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CONFESSIONAL
Eu
fui um menino por trás de uma vidraça - um menino de aquário.
Via
o mundo passar como numa tela cinematográfica,
Mas
que repetia sempre as mesmas cenas,
As
mesmas personagens.
Tudo
tão chato que o desenrolar da rua acabava me parecendo
Apenas
em preto e branco, como nos filmes daquele tempo.
O
colorido todo se refugiava, então, nas ilustraçãoes dos meus
Livros
de história, com seus reis hieráticos e
Belos
como os das cartas de jogar.
E
suas filhas nas torres altas - inacessíveis princesas.
Com
seus cavalos - uns verdadeiros príncipes na
Elegância
e na riqueza dos jaezes.
Seus
bravos pagens (eu queria ser um deles...)
Porém,
sobrevivi...
E
aqui, do lado de fora, neste mundo em que vivo,
Como
tudo é diferente!
Tudo,
ó menino do aquário, é
Muito
diferente do teu sonho...
(Só
os cavalos conservam a natural nobreza.)
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