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A BONDADE
(Por Violante Pimentel) Um
grupo de freiras, irmãs de caridade, tinha por costume dar assistência a
idosos, doentes e crianças. A cada quinze dias, visitavam um bairro pobre
diferente, levando para os moradores doações arrecadadas entre as pessoas da
cidade. Era um trabalho social voluntário, por elas organizado, inclusive com
cadastro das famílias carentes que elas iriam visitar. Levavam gêneros
alimentícios, roupas, lençóis, toalhas para todos os fins, remédios e material
de higiene, incluindo cremes e escovas dentais.
Integravam
o grupo algumas enfermeiras, que faziam curativos simples, e, se fosse
necessário, tomavam providências, a fim de que os doentes fossem conduzidos aos
hospitais.
A
chegada das freiras representava um renascer de esperanças para essas pessoas
maltrapilhas, e maltratadas pela vida. Era um trabalho filantrópico e que
servia para melhorar a autoestima de pessoas altamente carentes.
Como
havia muitas crianças sujas e maltratadas, sempre infestadas de piolhos,
precisando cortar cabelos e unhas, as irmãs de caridade incluíram nesse
trabalho voluntário a tarefa de, por ocasião das visitas, dar um banho naquelas
que se incluíam na faixa etária de três a oito anos.
Não
havia qualquer constrangimento nesse ato, pois se tratava de uma higienização
necessária, para evitar micoses e outros males, provocados pela falta de
limpeza corporal. Era um banho rápido e coletivo. Primeiro, elas davam banho nas meninas e
depois nos meninos.
Tratava-se
de um trabalho de bastante abnegação, que as irmãs de caridade executavam com
muito respeito.
As
crianças se submetiam a esse banho com satisfação, pois, no dia-a-dia, elas não
dispunham de sabonete nem de outros produtos de higiene, para um asseio
corporal condigno.
Depois
do banho, as freiras vestiam as crianças com roupas limpas, frutos das doações,
penteavam seus cabelos, passavam pentes finos para tirar piolho, e cortavam
suas unhas. Quando era preciso, também faziam as vezes de cabeleireiras,
cortando ou aparando seus cabelos.
Para
o banho, eram organizadas duas filas, uma com as meninas e outra com os
meninos, e era dado separadamente. Apesar de ser banho de cuia, com água tirada
de um tanque, as crianças eram lavadas com sabonete e xampu, ficando, depois,
arrumadas, penteadas e perfumadas.
Violante Pimentel é procuradora
aposentada do Rio Grande do Norte
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Num
certo dia, em que as irmãs de caridade estavam cumprindo essa tarefa
filantrópica, no momento do banho das crianças, surgiu um fato inusitado, que
as deixou desapontadas e constrangidas. Para surpresa das freiras, na fila dos
meninos, que já se encontravam pelados aguardando a vez do respectivo banho,
havia um “lançamento”, ou seja, um menino desconhecido, com um olhar malicioso
e esquisito. Apesar de ter a mesma altura dos outros, o “novato” era possuidor
de um órgão genital exageradamente desenvolvido. As irmãs de caridade se entreolharam
desconfiadas e se afastaram um pouco, conversando em voz baixa. Em seguida, a
superiora se aproximou e perguntou, com austeridade, ao menino desconhecido e
“superdotado”:
–
Menino, quantos anos você tem?
E
o “menino”, fazendo voz de criancinha, com a maior naturalidade, respondeu:
–
“CORENTA”…Mas eu sou ANÃO!!!
Cinicamente,
um anão de quarenta anos de idade, por instinto de libidinagem, queria ser
lavado pelas freiras!!!
O
banho terminou aí…
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