DIÁRIO DE BORDO
Ah
coração!
Por
onde andas nesses mares de calmaria?
Enerva-me
a falta de ventos,
Eles
pressupõem o tédio,
Que
não é companheiro da poesia.
Ah
coração!
Eu
bem faço gosto quando abrigas
Amores
clandestinos!
Desses
inesperados,
Que
dizem ser frutos do destino...
Mas
a que destino leva essas águas?
Quantas
tempestades já enfrentaste!
Quantas
vezes saíste avariado,
Com
as velas rotas, os mastros quebrados,
Assim
tristonho, de bandeira a meio pau!
Quantas
vezes pensei naufragar
Em
mares bravios,
Em
noites de tormentas,
Onde
ficaste à deriva,
Acompanhando
do vento o rodopio?
Ah
coração!
Foram
tantas aventuras,
Tantas
tempestades,
Tantos
motins,
Tantos
amores clandestinos...
E
hoje, ancorada em porto seguro,
Eu
canto e conto as aventuras,
De
ventos e céus brumosos,
De
brisas e céus de brigadeiro.
De
buscas e lutas pelo amor verdadeiro.
(04/02/2016)
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia)
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance).
Acaba de lançar seu segundo livro de poesias:
As Rosas que Nascem no Asfalto.
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