quinta-feira, 12 de maio de 2016

O CANTO DE VÓLIA



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CARICATURA

Não vou chorar,
Pudesse, até riria com sarcasmo...
Tolices são risíveis,
E tua vaidade é tão tola!

Ah! Quanta insensatez!
Tinhas um amor verdadeiro,
Na palma da tua mão.
E, na cegueira da tua presunção,
Esmagaste-me o coração.

Todavia, não vou chorar,
Não será mais o teu riso,
A música preferida dos meus ouvidos.
Respirarei profundamente e seguirei.
Já não vales sequer uma gota do meu pranto.

Se foi tempo perdido?
Não penso assim.
Antes, foi lição aprendida.
Não mais doarei meu coração,
Com tanta confiança;
O tempo nos ensina a tocar,
Conforme a dança.

Fica.
Locupleta-te com tua amargura,
Ainda prefiro a minha doçura.
Não vou me esquecer de sorrir,
Há tantos outros olhos que merecem
Meu riso...

Deixo-te.
De coração tranquilo.
Pois te dei flores, e recebi pedradas.
Chorei, já, as minhas dores,
A dor já foi consumada.

É pena não ter ficado nada de bom,
As tintas borraram,
E a frieza desbotou.
E daquele grande amor,
Restou apenas uma caricatura malfeita,
Que o tempo vai se encarregar de rasgar
E queimar em mil pedaços.


***




 Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 
Acaba de lançar seu segundo livro de poesias:
As Rosas que Nascem no Asfalto.

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