MADURO E CHÁVEZ: FARINHAS DO MESMO SACO |
Com o fim da política
externa da canalhice,
o Itamaraty recuperou a
vergonha e o Brasil
se livrou do papel de
grandalhão idiota
subordinado aos anões
bolivarianos
(Por Augusto Nunes) O
pedido de socorro remetido por Dilma Rousseff à comunidade internacional foi
ouvido por cinco países da série D ─ Cuba, Nicarágua, Bolívia, Venezuela e
Equador ─ e duas organizações regionais: Alba e Unasul. A isso se resumiu a
aliança com a qual a presidente de férias no Palácio da Alvorada pretendia
neutralizar o golpe imaginário e voltar ao emprego: uma ditadura caribenha, uma
irrelevância centro-americana, três vizinhos bolivarianos e duas siglas
inúteis. Sete anões. Com a adesão de El Salvador, segundo baixinho
centro-americano a meter-se em assunto de gente grande, os sete viraram oito.
Ou sete e meio.
Dilma
viu no punhado de pigmeus insolentes a perfeita tradução da “indignação
internacional diante da farsa aqui montada”. Governantes de nações civilizadas,
que têm mais o que fazer, só conseguiram ver um tedioso esperneio de outra
nulidade demitida com a aplicação de normas constitucionais. O ministro das
Relações Exteriores, José Serra, viu um bando de farsantes assustados com as
evidências de que uma das primeiras vítimas da troca de governo seria a
política externa da cafajestagem. E decidiu mostrar com quantas palavras se
desfaz um desfile de bravatas.
Bastaram
duas notas oficiais e meia dúzia de declarações para calar o coro dos
cucarachas. Nesta quarta-feira, em seu discurso de posse, o chanceler concluiu
o serviço de desmonte da usina de falsidades. Como constatou o comentário de 1
minuto para o site de VEJA, o país que presta não vai mais envergonhar-se com a
submissão do Itamaraty aos velhacos da seita lulopetista e aos matusaléns do
Foro de São Paulo. “A política externa será regida pelos valores do Estado e da
nação, não do governo e jamais de um partido”, resumiu Serra ao anunciar a
prioridade número 1.
A
número 2 formalizou a retomada da defesa sistemática dos direitos humanos, da
democracia e da liberdade “em qualquer país e qualquer regime político”. Que se
cuidem os beneficiários da diplomacia nascida do acasalamento incestuoso de
stalinistas farofeiros do PT e nacionalistas de gafieira do Itamaraty, uns e
outros sonhando com a Segunda Guerra Fria que destruirá para sempre o
imperialismo ianque. Em janeiro de 2003, o aleijão que pariram subiu a rampa do
Planalto acampado na cabeça baldia de Lula.
EVO MORALES |
Nos
oito anos seguintes, fantasiado de potência emergente, o Brasil envilecido pela
abolição de valores morais não perderia nenhuma chance de reafirmar a opção
preferencial pela infâmia. Acoelhou-se com exigências descabidas do Paraguai e
do Equador, suportou com passividade bovina bofetadas desferidas pela
Argentina, meteu o rabo entre as pernas quando a Bolívia confiscou ativos da
Petrobras e rasgou o acordo para o fornecimento de gás, hostilizou a Colômbia
democrática para afagar os narcoterroristas das FARC.
Confrontado
com bifurcações ou encruzilhadas, nunca fez a escolha certa. E frequentemente
se curvou a imposições de parceiros vigaristas. Quando o Congresso de Honduras,
com o aval da Suprema Corte, destituiu legalmente o presidente Manuel Zelaya, o
Brasil se dobrou às vontades de Hugo Chávez. Decidido a reinstalar no poder o
canastrão que combinava um chapelão branco com o bigode graúna, convertido ao
bolivarianismo pelos petrodólares venezuelanos, Chávez obrigou Lula a
transformar a embaixada brasileira em Tegucigalpa na Pensão do Zelaya.
Para
afagar Fidel Castro, o governo aprovou a deportação dos pugilistas Erislandy
Lara e Guillermo Rigondeaux, capturados pela Polícia Federal quando tentavam
fugir para a Alemanha pela rota do Rio. Entre a civilização e a barbárie, o
fundador do Brasil Maravilha invariavelmente cravou a segunda opção. Com
derramamentos de galã mexicano, prestou vassalagem a figuras repulsivas como o
faraó de opereta Hosni Mubarak, o psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida
africano Omar al-Bashir, o iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad ou o ladrão
angolano José Eduardo dos Santos.
AUGUSTO NUNES |
Coerentemente,
o último ato do mitômano que se julgava capaz de resolver com conversas de
botequim os antagonismos milenares do Oriente Médio foi promover a asilado
político o assassino italiano Cesare Battisti. Herdeira desse prodígio de
sordidez, Dilma manteve o país de joelhos e reincidiu em parcerias abjetas.
Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo,
ficou com o reprodutor de batina. Juntou-se à conspiração que afastou o
Paraguai do Mercosul para forçar a entrada da Venezuela. Bancou a mucama de
Chávez até a morte do bolívar-de-hospício que virou passarinho. Para adiar a
derrocada de Nicolás Maduro, arranjou-lhe até papel higiênico.
Ao
preservar a política obscena legada pelo padrinho, a afilhada permitiu-lhe que
cobrasse a conta dos negócios suspeitíssimos que facilitou quando presidente,
sempre em benefício de governantes amigos e empresas brasileiras bancadas por
financiamentos do BNDES. Disfarçado de palestrante, o camelô de empreiteiras
que se tornariam casos de polícia com a descoberta do Petrolão ganhou pilhas de
dólares (e um buquê de imóveis), além da eterna gratidão (paga em espécie) dos
países que tiveram perdoadas suas dívidas com o Brasil.
Enquanto
Lula fazia acertos multimilionários em Cuba, Dilma transformava a Granja do
Torto na casa de campo de Raúl Castro, também presenteado com o superporto que
o Brasil não tem. Ela avançava no flerte com os companheiros degoladores do
Estado Islâmico quando a Operação Lava Jato começou. Potencializada pela crise
econômica, a maior roubalheira da história apressou a demissão da mais bisonha
governante do mundo.
Os
crápulas que controlavam o Itamaraty hoje descem ao lado da chefe a ladeira que
conduz ao esquecimento. “O Brasil vai perder o protagonismo e a relevância
mundial”, miou Dilma nesta quinta-feira. O que o país perdeu foi o papel que
desempenhou desde 2003: o de grandalhão idiota e obediente aos anões da
vizinhança. A recuperação da altivez há tanto tempo sumida vai antecipar a
colisão entre o Brasil e os populistas larápios, os ditadores assumidos e os
tiranos embrionários que prendem quem discorda, assassinam oposicionistas e
sonham com a erradicação do Estado de Direito.
O
compadrio vergonhoso acabou. Os incomodados que se queixem ao bispo. Ou a
Dilma, se a desterrada do Alvorada continuar por lá. Ou a Lula, se o parteiro
da Era da Canalhice ainda estiver em liberdade.
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