QUEM OCUPARÁ ESSAS CADEIRAS? ANTONIO CRUZ/AGÊNCIA BRASIL |
RENOVANDO
O BRASIL
No
ano que vem veremos também o velho hiperativismo
da
esquerda e a pachorrenta omissão dos liberais.
Veremos
a política sendo controlada pelos que
gostam
dela, mas não necessariamente pelos melhores
Por
Murillo de Aragão
08/12/2017
Ano
que vem será ano de renovação política. A má notícia é que ela não será ampla
nem total. A boa nova é que teremos, sim, alguma renovação. Contudo, o mundo
político continuará a padecer de problemas sérios, entre os quais a
fragmentação partidária, a falta de comprometimento com programas partidários e
o proposital distanciamento da sociedade. No ano que vem veremos também o velho
hiperativismo da esquerda e a pachorrenta omissão dos liberais. Veremos a
política sendo controlada pelos que gostam dela, mas não necessariamente pelos
melhores. Os melhores ainda continuarão com medo de se misturar com gente que
eles consideram, no mínimo, esquisita.
Por
que será assim? Primeiro, porque o sistema trabalha contra os entrantes. Ou
seja, figuras e instituições novas têm dificuldade de assumir posições
estratégicas para vencer o debate político. Quanto a isso, os novos também têm
sua parcela de culpa, pois se caracterizam como partidos anti-establishment e
se dizem contra tudo de ruim que anda por aí. Contudo, sem uma tragédia
econômica, essa narrativa tem fôlego curto.
Lembremos
o Podemos, na Espanha. Com todo o oba-oba e a facilidade de acesso aos
mecanismos eleitorais, a legenda de esquerda obteve apenas cinco cadeiras (de
um total de 54) em 2014 no Parlamento europeu, com 7,98% dos votos. Foi o
quarto partido mais votado no país, apesar do estrondoso sucesso nas redes
sociais.
MURILLO DE ARAGÃO É CIENTISTA POLÍTICO |
No
Brasil, a situação é bem diferente. As novas agremiações não têm verbas e não
existe uma cultura de doação de recursos entre as pessoas físicas. Porém,
conforme afirmei no início, teremos, sim, alguma renovação. Não apenas aquela
renovação média e tradicional da Câmara, uma espécie de renovação “suja” que
traz deputados que não haviam sido eleitos na legislatura anterior, ou
ex-senadores e ex-governadores, ou deputados estaduais que se elegem para a
esfera federal.
Teremos,
sim, uma pequena renovação por conta de iniciativas como as do Renova Brasil,
liderada por Eduardo Mufarrej, que traz muita esperança para a sociedade. Ao
estimular e instruir novas lideranças a disputar as eleições, o Renova Brasil
trabalha no ponto fraco que prejudica a renovação política no país: preparar
novos protagonistas para o embate político Com lideranças sendo instruídas a se
posicionar, a usar as redes sociais, a elaborar propostas e a seguir princípios
básicos de transparência e honestidade, poderemos ter bons e novos nomes no
Congresso Nacional. Como se sabe, as grandes coisas começam pequenas.
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