Ilustração: Sponholz |
BARATA
DEIXA CANA DE NOVO
E
PEDIDO DE IMPEDIMENTO
DE
GILMAR CONTINUA PRESO
Por Josias
de Souza
https://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/
01/12/2017
| 21:19
Quantas
vezes Jacob Barata Filho terá que deixar a cadeia para que Cármen Lúcia liberte
de sua gaveta o pedido de impedimento formulado pela Procuradoria contra seu
colega Gilmar Mendes? Chamado no Rio de Janeiro de ‘Rei do Ônibus’, Barata
parece viver sob outro regime —uma espécie de monarquia negocial, onde reina a
esculhambação nas relações entre empresários do setor de transportes e
políticos.
Barata
Já deixou o xadrez uma, duas, três vezes. Antes de entregar à sucessora Raquel
Dodge a chefia da Procuradoria-Geral da República, em setembro, Rodrigo Janot
já havia protocolado no Supremo Tribunal Federal uma petição contra Gilmar.
Entre outros argumentos, sustentou que, como padrinho de casamento de Beatriz
Barata, filha do preso, o ministro deveria declarar-se suspeito para julgar os
habeas corpus requeridos pela defesa do empresário. Gilmar deu de ombros.
O
caso divide os ministros do Supremo. Um pedaço do tribunal avalia que o pedido
de impedimento é procedente. Outro naco da Corte, aparentemente majoritário,
enxerga exagero na iniciativa da Procuraria. Um julgamento em plenário teria o
efeito de um tira-teima. Mas a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo, se
recusa a libertar de sua gaveta a peça da Procouadoria contra Gilmar. Até
quando?
Membro
da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, o procurador regional da
República José Augusto Vagos lamenta: “Chega a ser constrangedor o acesso que
esse acusado tem para obter decisão em último grau de jurisdição sem passar
pelas demais instâncias, como se desfrutasse de um foro privilegiado exclusivo
para liminares em habeas corpus, mesmo sendo acusado de destinar dezenas de
milhões de reais aos maiores líderes políticos do Rio, como se isso
constituísse crime de menor potencial ofensivo, crime de bagatela.”
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