LOUCOS E SANTOS
Escolho
meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem
que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A
mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico
com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles
não quero resposta, quero meu avesso.
Que
me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para
isso, só sendo louco.
Quero
os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho
meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não
quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo
que não ri junto, não sabe sofrer junto.
OSCAR WILDE |
Meus
amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não
quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero
amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas
lutam para que a fantasia não desapareça.
Não
quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os
metade infância e outra metade velhice!
Crianças,
para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca
tenham pressa.
Tenho
amigos para saber quem eu sou
Pois
os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me
esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril. (Oscar
Wilde)
***
Antônio Abujamra
(Ourinhos, 15/09/1932 – São Paulo, 28/4/2015), diretor de teatro, ator e
apresentador de tevê, foi um dos primeiros a introduzir os métodos teatrais de
Bertolt Brecht e Roger Planchon em palcos brasileiros. Era conhecido por sua
irreverência, suas encenações e por seu humor ácido e crítico em relação aos
tabus sociais.
Abujamra
estudou filosofia e jornalismo na PUC-RS, onde iniciou sua carreira como ator,
na segunda metade dos anos 1950, na peça Assim
é se lhe parece, de Pirandello. Comandou o programa Provocações, da TV Cultura, por quase 15 anos. Como apresentador
adotou um estilo audacioso de fazer entrevistas. (Fonte: Wikipédia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário