FOTO; FABIO POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL |
ESQUEÇAM O QUE ELE ESCREVEU
O futuro ministro do Supremo Tribunal Federal,
Alexandre de Moraes, deveria com justa razão
se apropriar da frase para que não sigam
Alexandre de Moraes, deveria com justa razão
se apropriar da frase para que não sigam
cobrando o que de fato ele
escreveu
BLOG DO NOBLAT
07/02/2017 - 08h04
Fernando Henrique Cardoso jura até
hoje que jamais pediu para que esquecessem o que ele havia escrito como
sociólogo antes de se eleger presidente da República e governar o país por oito
anos seguidos. Não adiantou: até hoje lhe atribuem a frase “Esqueçam o que
escrevi”.
O futuro ministro do Supremo Tribunal
Federal, Alexandre de Moraes, deveria com justa razão se apropriar da frase
para que não sigam cobrando o que de fato ele escreveu, e preferiria esquecer
agora.
Em tese de doutorado apresentada na
Faculdade de Direito da USP, em julho de 2000, Moraes defendeu que, na
indicação ao cargo de ministro do STF fossem vedados os que exercem cargos de
confiança “durante o mandato do presidente da República em exercício”.
Assim se evitaria “demonstração de
gratidão política” da parte do indicado em relação a quem o beneficiou com a
indicação. A valer tal critério, ele próprio estaria impedido de ser nomeado
ministro do STF pelo presidente Michel Temer, que o nomeou Ministro da Justiça.
O veto sugerido por Moraes está no
ponto 103 da conclusão da tese. Ele diz:
“É vedado (para o cargo de ministro
do STF) o acesso daqueles que estiverem no exercício ou tiveram exercido cargo
de confiança no Poder Executivo, mandatos eletivos, ou o cargo de
procurador-geral da República, durante o mandato do presidente da República em
exercício no momento da escolha, de maneira a evitar-se demonstração de
gratidão política ou compromissos que comprometam a independência de nossa
Corte Constitucional”.
Em nome de Moraes, embora sem sua
autorização, peço para que esqueçam o que ele escreveu.
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