Repeti todas as palavras
que o teu olhar escreveu
e a minha alma atordoada,
alojou-se num silêncio nublado de
ternura...
***
ESPEREI A NOITE
Esperei a noite
num jardim
cercado de silêncios,
roseiras esfaceladas
em pedaços
até que a madrugada,
desesperada
bebesse os recados
impacientes de ternura.
Esperei a noite
vibrante de loucura
solidão crua
depois de ser lua...
epiderme de alabastro,
meu rosto encoberto
pronome esquecido,
num olhar
arredado de quimeras.
Esperei a noite
ouvindo as bátegas
chorando saudades,
nuvens de aguarela
subitamente poluídas
pela fisionomia do quotidiano;
nos meus dedos fechados,
somente
um verso sem poema,
pulsa na noite molhada.
Ana Andrade
***
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