FOTO: ARQUIVO GOOGLE |
IMAGENS
De manhã cedinho ela saia na ponta dos pés para
que não acordássemos, quando dava por mim a neblina já a havia engolido. Aquilo
me cortava o coração, quem poderia me garantir que ela voltaria? Em dias de
chuva eu a perdia de vista e novamente amargava uma sensação de vazio
avassaladora. A neblina passava e ela voltava com o pão e o leite comprados na
base do caderninho, o alívio era tão grande que eu chorava novamente. A chuva
definhava e a devolvia, carecia nem trazer agrados, ela bastava. Nas datas
comemorativas era sempre a primeira a ligar, fazia questão... A neblina que a
engolia ganhou ares de gravura, virou lembrança. A chuva que a embaralhava entre
tantas outras, dissipou-se, virou nuvem de algodão. E ela? Engulo em seco uma
vez mais com aquele bendito nozinho na garganta, ela, com seu ar de bruxa boa,
virou saudades...(NÚBIA NONATO)
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