LEMINSKI COM ALICE RUIZ (FOTO: ARQUIVO GOOGLE) |
BEM NO FUNDO
No
fundo, no fundo,
bem
lá no fundo,
a
gente gostaria
de
ver nossos problemas
resolvidos
por decreto
a
partir desta data,
aquela
mágoa sem remédio
é
considerada nula
e
sobre ela — silêncio perpétuo
extinto
por lei todo o remorso,
maldito
seja quem olhar pra trás,
lá
pra trás não há nada,
e
nada mais
mas
problemas não se resolvem,
problemas
têm família grande,
e
aos domingos
saem
todos a passear
o
problema, sua senhora
e
outros pequenos probleminhas.
POESIAS
I
Confira
tudo
que
respira
conspira
II
Tudo
é vago e muito vário
meu
destino não tem siso,
o
que eu quero não tem preço
ter
um preço é necessário,
e
nada disso é preciso
III
Cinco
bares,
dez
conhaques
atravesso
são paulo
dormindo
dentro de um táxi
IV
isso
de querer
ser
exatamente aquilo
que
a gente é
ainda
vai
nos
levar além
V
O
pauloleminski
é um
cachorro louco
que
deve ser morto
a
pau a pedra
a
fogo a pique
senão
é bem capaz
o
filhodaputa
de
fazer chover
em
nosso piquenique
www.otempo.com.br LEIA TAMBÉM UMA SABATINA COM O VELHO MARINHEIRO Munido de café forte e cigarros, o Velho Marinheiro se trancou no escritório no fundo da casa. Passou a madrugada esboçando respostas para a crise das Forças Armadas, para a degradação moral das instituições e para tudo o mais que lhe parecia relevante. Quando as perguntas chegaram, uma estaca de decepção lhe varou o peito. Era o questionário Proust – brincadeira de salão, popular na Europa do século XVIII. Achou aquilo coisa de boiola. Mas não passou recibo. Por Orlando Silveira http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2017/02/uma-sabatina-com-o-velho-marinheiro.html#comment-form |
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