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33: IDADE DE CRISTO
Estou
velho. Meus olhos marejam por coisa graúda. Sinto saudades de uns e outros, de
todos. Acabo de me lembrar de tio Antônio, das festas, em sua casa, festas de
final de ano. Menino, eu comia até passar mal. Fartura: frutas, doces, coisas que
nem sempre a gente tinha em casa, apesar do esforço do pai e da mãe. No dia 1º
de janeiro, depois da comilança, tinha jogo de tômbola. 22 = dois patinhos na
lagoa; 33 = idade de Cristo. E por aí íamos, felizes. Sinto saudades do jipe,
quase pau de arara: levava oito, tio Antônio ao volante, pai, mãe, minha irmã,
tia Laura, meus primos, todos de carona. Coisa boa piquenique.
(Por
mim, estenderia a prosa, falaria de meus tios Iraci e Valésia também, de quem
já falei, aqui. Mas, vocês, claro, têm mais o que fazer. Volto amanhã.)
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