A ignorância, como se sabe, não se contenta em ser tosca. Ela não abre mão de ser estridente. Em sendo assim, ali, no bar do Carneiro, ninguém precisava apurar os ouvidos para ouvir a falação idiota dos dois forasteiros – forasteiros que, a bem da verdade, não destoavam da maioria dos frequentadores, quase todos igualmente ignaros.
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Zeca: ontem, fui numa festança. Tinha de tudo, do bom e do melhor. E o que é
melhor ainda: não tinha miséria. Salgadinho de tudo que é tipo, lanche disso e
daquilo, jantar, uísque, vodca, cachaça de primeira linha. Caracas. O pai da
criança gastou uma nota.
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Festa boa é coisa rara.
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Gastei R$ 10 sem precisar.
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Como assim?
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Sempre que vou à festa, me previno. Assim que chego, chamo o garçom e lhe dou
um dinheirinho. Se servir bem minha família, leva a outra metade no final.
Entendeu? Sou puta velha, sei das coisas. Se der, dou uma de “migué” e só gasto
o adiantamento. O garçom que vá reclamar com a mãe dele.
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A voz da experiência.
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Voltando ao que importa. Na festa, logo me enturmei com o pessoal, gente pra lá
de bacana. Éramos uns quinze. Ficamos plantados na saída da copa. Hehehe.
Comida e refrigerante passavam batidos. Mas, a bebida era nossa, só nossa. Para
você ver: a turma que estava sentada às mesas começou a reclamar que o chope e
o uísque não chegavam. Nem poderia. Sai carregado. Mas valeu a pena. Vamos
embora que preciso comprar mistura pro almoço.
E o Velho Marinheiro dirigiu-se a Ananias e mais não lhe disse:
-- Meu caro: esse mundo é um cemitério de idiotas. O imbecil ainda se gaba, orgulhoso de sua falta de educação e ignorância. (OS - 2015, atualizado em outubro de 2017)
E o Velho Marinheiro dirigiu-se a Ananias e mais não lhe disse:
-- Meu caro: esse mundo é um cemitério de idiotas. O imbecil ainda se gaba, orgulhoso de sua falta de educação e ignorância. (OS - 2015, atualizado em outubro de 2017)
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DIFERENÇAS - Crianças passam pela fase do “por quê?” Uma chatice.
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Por Orlando Silveira
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