Ela acreditava que as estrelas escreviam os sonhos,
só não sabia que a noite se esquecia de contar a história.
***
SONATA
P'ra além do tempo
repetem-se os soluços
de um velho piano desprezado...
acorde adormecido
na boca de um verso
ungido pela serenidade,
embriagada de solstícios.
De pauta em pauta
deflagram vibrações
sons que vagarosamente,
revelam uma sonata
perante uma plateia
entorpecida de solidões.
Acabrunhadas
pela consumação dos dias
sussurram as mãos,
sob as teclas
rendilhadas de poesia:
algures num canto do tempo
paira uma melodia...
eternamente interrompida
pelos avessos do silêncio.
Ana Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário