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-- Mafalda, vamos de mal a pior. Não se tem sossego
nem na casa da gente. Todo domingo é o mesmo inferno. Os gafanhotos não dão
paz. Nem posso tomar sol na varanda. Eles têm hora certa para atacar. É sempre
de manhã, lá pelas nove, dez horas.
Ainda faço besteira. Só não fiz, porque o tiro pode sair pela culatra.
Está ouvindo as palmas? São eles.
O Velho Marinheiro, nosso Lobo do Mar, não escondia
sua irritação. E, como sempre, quem pagava a conta era o bicho do pé
imaginário. Mafalda quis saber quem eram os gafanhotos.
-- Ora, os daquela seita que foi fundada no ano
passado e que funciona na rua de baixo.
Eles jamais desistem, têm resposta pra tudo. Já lhes disse que não podia
ir até o portão escutar sua prosa, porque tenho problema nas pernas. Já aleguei
que não adianta conversar comigo, porque sou surdo. Inventei, pois ando ligeiro
e escuto bem. Já lhes falei que minha religião é outra. Já lhes confessei que
jogo no bicho e gosto de tomar minhas talagadas. E que não quero mudar.
-- E eles lhe dizem o quê, meu velho?
-- Que o “pastor”, mediante um bom adjutório para a
igreja, cura qualquer doença, até bicho do pé, e liberta o liga de qualquer
vício. São invencíveis. Ainda vou fazer uma besteira. Tudo tem limites. Não
gosto de dizer “não” mais de uma vez. Você sabe disso, não sabe?
-- Que besteira, homem de Deus?
-- Vou arriar a calça do pijama na frente deles. Pra
que pensem que sou louco. Meu receio é que gostem do que vão ver. É improvável,
mas nunca se sabe. Ai, sim: sossego nunca mais. (junho 2013)
BOA TARDE LANDO!
ResponderExcluirOBRIGADA POR DISPONIBILIZAR ESSAS PÉROLAS PARA QUE POSSAMOS USAR COM NOSSOS EVANGELIZANDO. LUZ E A PAZ DE JESUS PARA VOCÊ E TODA FAMÍLIA