quarta-feira, 23 de setembro de 2015

COISAS DA VIDA

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A INTELIGÊNCIA DO MACACO

(Por Violante Pimentel) Houve uma época em que, num bairro de Natal (RN), foi instalado um pequeno zoológico. Era a atração das crianças, nos fins de semana. Uma enorme placa alertava aos visitantes que era proibido dar alimentos aos animais. Eles tinham uma alimentação controlada por profissionais especializados. Qualquer alimentação diferente daquela a que estavam acostumados a receber poderia provocar-lhes algum transtorno digestivo, e, conforme a gravidade, levá-los a óbito.

Havia nesse pequeno zoológico, muitas aves raras, de pequeno e médio porte, destacando-se os pavões, com sua beleza deslumbrante. Mas a criançada se divertia mesmo era com os macacos, inquietos e irreverentes.

Numa tarde de domingo, uns meninos já maiores, que não estavam acompanhados pelos pais, chegaram ao zoológico com os bolsos cheios de pitombas escondidas. Essas frutinhas regionais possuem um ou dois caroços, revestidos por uma camada muito fina e suculenta, adocicada e um pouco ácida. O caroço da pitomba é bem maior do que a camada que o reveste. Por isso, é apenas chupada, jogando-se fora o caroço. É uma frutinha gostosa, mas “sem futuro”, pois não serve para fazer doce, nem suco.

Aproveitando um momento em que não estava por perto nenhum empregado do zoológico, os meninos se aproximaram da jaula do maior macaco, que atendia pelo nome de Chitão, e lhe deram muitas pitombas. Instintivamente, ele aceitava e as engolia rapidamente.

Depois que os visitantes saíram, os empregados notaram que o macaco ”Chitão” não estava passando bem. O animal estava triste, deitado, com a barriga crescida, e gemendo. O responsável pelo zoológico providenciou, imediatamente, a vinda de um veterinário ao local, para examiná-lo. Logo que viu o animal, o profissional percebeu que o mesmo estava empanzinado. A sua primeira providência foi introduzir-lhe dois supositórios. Se não houvesse um resultado positivo, o macaco teria que ser removido para a clínica veterinária, e talvez fosse preciso um procedimento cirúrgico.

Por sorte, os supositórios fizeram efeito e o macaco, gemendo muito, começou a evacuar, expelindo caroços de pitomba numa quantidade assustadora.

Depois que se recuperou dessa grande indigestão e da terrível prisão de ventre, o animal ficou traumatizado, abatido e com medo de se alimentar. Certamente, temendo ficar novamente “entupido”, o macaco ficou com a mania de testar toda a alimentação que lhe davam. Antes de levar o alimento à boca, introduzia, de leve, no traseiro, para ver se entrava.Se entrasse, é porque, com certeza, poderia sair.

E ainda há quem duvide da inteligência do macaco…
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Violante Pimentel
Violante Pimentel
 é procuradora aposentada
  do Estado do Rio Grande do Norte

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