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SÓ UM BOLERO
O acaso a dança o instinto
Colocou-nos lado a lado
O frio o vinho tinto
Meu corpo no teu colado
Li no teu olhar faminto
A resenha do meu fado.
***
A paixão desenfreada
Chegou feito furacão
Cegamente apaixonada
Dei asas à emoção
Levitei inebriada
Nos ardis do coração.
***
Mas meu coração cigano
De tanto amor se cansou
O seu também leviano
Um novo rumo tomou
Sem choro, mágoas ou dano,
A nossa paixão dançou.
Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora
Amo as poesias de Dalinha. Ótima parceria. Todos nós saímos ganhando.
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