quarta-feira, 30 de setembro de 2015

RAPIDÍSSIMAS (CVIII)

eco-inteligencia.com.br
PACIÊNCIA

O dia amanheceu. Hora de arrumar desculpas para tocar o barco.

ALAMEDA

A rua é um dos meus poucos, quase secretos, recantos prediletos.

MONJOLO

Incrível, não é? Águas passadas movendo moinhos.

NANA, NENÉM

Coisa boa dizer boa noite, virar pro lado, abraçar travesseiro, dormir de pronto sono merecido. Nana, neném, cuca não vem. Hoje, não, minha velha.

ERA UMA BELA FRASE

Dela me esqueci.

MEUS ENGANOS

-- Foram tantos que nem perdão dá pra pedir. Adiante, Cavalcante.

RIMAS

É para quem sabe usá-las.

MIUDEZAS


Só elas me interessam.

O CANTO DE VÓLIA






AS FLORES DE SETEMBRO
Vólia Loureiro do Amaral Lima

Que as flores de setembro caiam sobre mim.
Que cresçam belas, suaves e viçosas,
Orvalhadas, frescas, doces e cheirosas,
Que alegrem com cores vivas o jardim.

Que as flores de setembro tragam notícias,
Dálias, hortênsias, orquídeas, cravos, jasmim...
Fazendo-se tão belas em suas primícias,
E trazendo a poesia de volta para mim.

Que as flores de setembro sejam amigas,
Que alegrem meu olhar; cantem-me cantigas
Violetas, girassóis, dentes-de-leão...

Tulipas, margaridas, cravos, rosas...
Pintem o mundo com cores maviosas,
“Primaverando” o meu triste coração.


Vólia Loureiro Do Amaral
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 



A ARTE DE SIMONE GRECCO

Simone Grecco

Formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1972)
 e com diversos cursos de especialização nos Estados Unidos, 
Simone Grecco é uma artista plástica, cuja obra a todos encanta. 
No Brasil e no exterior.
Para entrar em contato com Simone
mestre em esculturas em arame, acesse




No rio Douro...


Se eu pudesse, beijava a lua


Presépio 

Sem título


Sem título

Totó curtindo o passeio.

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DUKE – O TEMPO (MG)


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SAMUCA – DIÁRIO DE PERNAMBUCO


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IOTTI – ZERO HORA (RS)


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MIGUEL – JORNAL DO COMMERCIO (PE)

XICO BIZERRA

gonzaguinha

SETENTA ANOS DA MOLECAGEM BOA

Dia 22 de setembro deste 2015 foi o aniversário de 70 anos de Gonzaguinha, o Moleque do Bem. Era um Moleque que sabia de tudo, do que precisava e do que não precisava. Moleque da coragem, do bater de frente, fosse com quem fosse, sem medo de ser feliz. Foi moleque do começo ao fim e deixou um legado moleque pra quem tem consciência do que é ser moleque com responsa, por uma justa causa. Pena que a molecagem ativa partiu tão cedo. Bom que a molecagem que lhe inspirou continua por aqui inspirando outros moleques que não se conformam, que têm na justeza dos ideais o ideal de vida. Como ele. Salve, Salve, Menino Gonzaga, Menino moleque, Moleque do Bem! (XICO BIZERRA)
Xico Bizerra é compositor, poeta, 
cronista e produtor musical.
Tem mais de 270 composições gravadas

http://www.forroboxote.com.br/



COISAS DA VIDA

INTERNET

EVOCAÇÃO: MORREU MARIA PREÁ

(Por Violante Pimentel) Em uma pequena cidade de um Estado nordestino, havia uma paroquiana muito fogosa, conhecida por MARIA PREÁ, do tipo que gosta de adular o Padre, arrumando a Igreja, organizando as Missas, a comida, e até suas roupas, inclusive as batinas. Era uma mulher bonitona, com atributos femininos bem salientes (seios e ancas), que provocavam desejo em qualquer homem normal. O Padre José, que antes de tudo, era homem, não escapava dessa tentação. Como a carne é fraca, o voto de castidade do Padre fracassou, e ele se envolveu com a tal paroquiana, numa atração fatal, do jeito que o diabo gosta.

Certo dia, numa ocasião em que as portas da Igreja ainda estavam fechadas, o Sacristão flagrou o Padre José e Maria Preá em plena conjunção carnal, transando, num sofá que havia na Sacristia, como se fossem Adão e Eva, no Paraíso. O susto que o Sacristão levou foi tão grande, que ele não se conteve e deu um grito de espanto. O Padre, envergonhado, não encontrou palavras para justificar o óbvio ululante. A partir de então, nunca mais teve sossego, passando a ser chantageado, constantemente, pelo Sacristão. Sem qualquer escrúpulo, o rapaz sempre relembrava o flagrante, e lhe exigia propinas e regalias, em troca do seu silêncio com relação a Maria Preá. Se o escândalo se espalhasse, o Padre sabia que sua vida sacerdotal sucumbiria.

Violante Pimentel
Violante Pimentel
 é procuradora aposentada
  do Estado do Rio Grande do Norte
Alguns meses depois, o Padre José, dirigindo sua Rural antiga, deslocou-se até o lugarejo vizinho, para participar de uma reunião que envolvia atividades da Igreja. A reunião terminou antes da hora de costume, e ele retornou bem mais cedo do que das outras vezes. A Igreja ainda estava fechada. O Padre entrou na Casa Paroquial, que ficava ao lado. O costumeiro silêncio estava sendo quebrado por alguns gemidos e sussurros, que vinham de um dos quartos. O Padre se aproximou e deparou-se com uma cena grotesca e chocante, que ele jamais poderia esperar: O Sacristão que o vivia chantageando, por tê-lo flagrado transando com Maria Preá, encontrava-se, simplesmente, em decúbito dorsal, numa cena de sexo animalesco, servindo de fêmea ao Coroinha. Em suma, o Sacristão foi flagrado pelo Padre José, numa cena de homossexualismo, ocupando a passividade do ato. Dessa vez, quem deu um grito de horror foi o Padre, diante da surpresa e da aberração! O Sacristão se ajoelhou aos seus pés, e implorou para que ele não contasse nada a ninguém, pois também seria um verdadeiro escândalo.

O Padre José, sentindo-se vingado, respondeu:

-- Sacristão, safado e veado! Esta história não vai sair daqui! Mas preste bem atenção:"DE HOJE EM DIANTE, MORREU MARIA PREÁ, ENTENDEU?!”


E a chantagem do Sacristão terminou aí...

terça-feira, 29 de setembro de 2015

VIDRÁGUAS



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Água
Luz
Transparência
Poesia
Afeto

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CHICO CARUSO – O GLOBO



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EDRA – DIÁRIO DE CARATINGA (MG)


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FRED – CHARGE ONLINE




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AROEIRA – O DIA (RJ)


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IOTTI – ZERO HORA (RS)



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MYRRIA – A CRÍTICA (AM)

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SID – CHARGE ONLINE



MAL INCURÁVEL

falamorganinha.blogspot.com

O Velho Marinheiro acompanhava com falso desinteresse a conversa entre Ananias, nosso jornalista em fim de carreira, e Romualdo Bastos, o maior fazedor de palavras cruzadas de Vila Invernada e região. Falso desinteresse porque, no fundo, queria saber também que fim tiveram Toninho Mula e sua teimosia.

Toninho faz jus ao "sobrenome". Sempre foi de uma teimosia invencível. Inútil argumentar que isso ou aquilo não tem a menor chance de dar certo. Toninho rema contra a maré, esmurra ponta de faca, só se dá por vencido quando um muro atropela sua cara e o leva a nocaute. Sempre foi assim – na vida privada, na profissão, nos negócios falidos.

O Velho Marinheiro rompeu o silêncio sepulcral, quando Romualdo Bastos disse, com a solenidade que caracteriza suas falas, que o médico descobrira o problema do Mula:

-- Ele é obcecado. Carece de terapia prolongada, de cuidados contínuos...

-- Obcecado coisa nenhuma. A família vai gastar uma fortuna à toa. Toninho é burro. E burrice não tem cura – colocou ponto final na conversa o Velho Marinheiro.  (2014)


FALA, OTÁVIO

internet
VITÓRIA

(Por Otávio Nunes) Um cavalo aproximou-se da égua Vitória, que pastava serenamente do outro lado da cerca, escolhendo os ramos mais verdinhos do capim. Um breve relincho de macho fez com que ela levantasse a cabeça. Ao ver o garanhão, abanou cortesmente sua cauda peluda. Como a porteira entre as duas fazendas estava aberta, o que era raro, Vitória juntou-se ao amigo e saíram ambos trotando calmamente, andaram tanto que até chegaram ao centro da pequena cidade de Beiradinha, cortada pelo Rio Dorminhoco. O rio tem este nome por que suas águas se movimentam lentamente. Diz a lenda local que quem o olha muito sente sono. 

Minutos depois, apareceu um funcionário da prefeitura e espantou os bichos. O cavalo correu. Vitória, não. Como estava com uma corda no pescoço, foi fácil ao funcionário puxá-la e levá-la ao galpão da prefeitura.

O novo prefeito, ansioso por aumentar a arrecadação do município, para construir uma terceira ponte sobre o Dorminhoco, conseguiu aprovar na câmara uma lei que proibia a circulação de animais no perímetro urbano de Beiradinha. Muitos o aconselharam da impopularidade de tal medida.

Era uma questão cultural, trazida e curtida pelos anos, de que os animais sempre perambularam pelas ruas sem que jamais alguém achasse aquilo estranho. Qualquer bicho ali sempre fora tratado como vaca nas ruas de Nova Déli ou Bombaim, na Índia.

Mas o imposto foi aprovado e estava vigorando. Como bicho não costuma ter dinheiro no bolso, nem o canguru, que tem bolso, o dono do animal seria obrigado a pagar a taxa.  

OTÁVIO NUNES É JORNALISTA

Assim que Dona Branca foi avisada, saiu correndo em direção à prefeitura. Em seu gabinete, o alcaide lhe disse que teria de pagar a taxa para levar Vitória de volta. A fazendeira lembrou que jamais sua égua havia deixado a propriedade.

“Sou uma pessoa responsável, sempre cuidei bem de meus animais e pago certinho todos os impostos. Não é justo pagar para retirar minha égua do galpão municipal”, suplicou Dona Branca. O prefeito insistiu na cobrança.

A senhora entrou no galpão e viu Vitória feliz da vida, balançando a cauda e a cabeça diversas vezes, ao reconhecer a dona. Puxou a égua pela corda e a retirou do depósito. Ao ver a mulher e a égua, já na rua, o prefeito exigiu novamente o pagamento da taxa.

-- Não vou pagar coisa alguma. Se for homem, venha me prender. Né, Vitória?

E as duas voltaram felizes para casa.


CLÓVIS CAMPÊLO

Aristides Guimarães


A VOZ DE UM CANTOR

(Por Clóvis Campêlo) Tudo em Aristides Guimarães nos acalma. Inclusive os blues. Aristides não tem pressa. Nunca teve. Aristides é zen. Talvez por isso tenha se mantido tão jovial ao longo do tempo. Talvez por isso, só tenha lançado o seu primeiro disco em 2006.

Essa espera, porém, não nos trouxe desvantagens. Pelo contrário. O seu trabalho é um trabalho de quem nunca fez concessões ao sistema; de quem nunca se preocupou em atender aos anseios, nem sempre escrupulosos, da mídia. É um trabalho limpo.

Essa atitude transparece já na primeira música, Branca de Rendas, onde, cercado de ventos, o artista se permite ajeitar as pastilhas de plástico colorido de uma pulseira encontrada nas areias da praia de Pitimbu.

Essa mesma ausência de pressa diante da vida o leva a observar, da janela de casa, as luzes coloridas dos semáforos e o silêncio da noite, em De Madrugada.

Esperar, aliás, é um dos verbos mais conjugados nas letras das composições. Esperar a passagem do sol, da chuva, de um amor duvidoso (Passageiro do Sol). A espera, inclusive, demonstra a passividade zen do indivíduo-observador diante da vida. Aqui, o verbo não significa ação. Significa tolerância, quietude e equilíbrio.

CLÓVIS CAMPÊLO



Em entrevista ao Programa Sopa Diário da TV Universitária, em 22/3/2006, quando do lançamento do seu CD, Aristides comparou-se ao compositor Cartola, na arte de esperar, que só veio a gravar o primeiro disco aos 70 anos de idade.

Eu iria mais longe nessa comparação. As músicas de Cartola sempre nos falam do momento posterior aos conflitos emocionais vividos pelo poeta quando o horizonte já se mostra novamente promissor e radiante.

Em Aristides, vamos encontrar a mesma atitude: é sempre latente o prazer de olhar o ambiente e os objetos ao seu redor (a cidade parada de madrugada, a chuva invadindo o chão da casa, a lua flutuando acima do prédio). Nesse cenário, Aristides movimenta-se com cuidado, com cautela, embora absolutamente à vontade, para que não se quebre o encanto e o equilíbrio destes instantes mágicos do poeta consigo mesmo. Até mesmo a ausência da pessoa amada é cantada com esperanças de realizações futuras.

O único momento evidentemente nostálgico do disco vamos encontrar em Acalma um Blues. Mas, aí não é a "voz" de Aristides que se manifesta e sim a do parceiro Geraldo Maia.
Ilude-se, porém, quem acha que, na sua passividade zen, o compositor é apenas intuitivo e não tem um "norte" na elaboração das suas músicas. Embora não faça concessões, Aristides usa com desenvoltura todas as opções disponíveis na hora de compor ("gosto de samba, rock, funk, de maracatu e blues"). Isso fica claro em A Linha da Raiz.

Para finalizar, gostaríamos de falar sobre a música Você Roubou os Meus Segredos, remanescente dos tempos do Laboratório de Sons Estranhos (LSE). Despida da roupagem pop daquela época, ganhou um excelente arranjo de Fernando Barreto, com direito a metais em surdina e tudo o mais.

Por tudo isso, Aristides Guimarães elaborou um disco com pretensões de tornar-se cult.

Quem experimentou, viu!


PS.: Texto escrito em 2006 quando do lançamento do CD do cantor e compositor e postado originalmente no blog Inútil Paisagem.

domingo, 27 de setembro de 2015

ATOS FALHOS (II)

POLÍTICOS QUE JÁ “MORRERAM” PELA BOCA


Adicionar legenda
“Minha filha, então, morra, morra!”



(De Amazonino Mendes (PTB), prefeito de Manaus (AM), em resposta a moradora em áreas de risco que não queria deixar sua casa.)


“As mulheres trabalham deitadas e descansam em pé”

(Do estilista e apresentador Clodovil Hernandes, eleito deputado federal pelo PR-SP, ao discutir com a deputada Cida Diogo (PT-RJ) em 2007.)


“Pelotas é uma cidade pólo, né? Exportadora de veado.”

(Do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um vídeo amador gravado em 2000, em conversa com o candidato petista à prefeitura de Pelotas (RS), Fernando Marroni.)


“Hoje as meninas de 16 anos botam silicone, ficam popozudas, põem uma saia curta e provocam. Aí vem o cara, se encanta, vai ao motel, transa e vai preso?”

(Do vereador Agnaldo Timóteo (PR) durante sessão da Câmara paulistana ao comentar a meta da então ministra Marta Suplicy (PT-SP) de combater o turismo sexual, em 2007.)


“Dilma Rousseff, pare de mentir. Se gosta de homossexual, assuma! Se o teu negócio é o amor com homossexual, assuma!”

(Do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) sobre a suposta insistência do governo federal em distribuir nas escolas públicas o que chama de ‘kit gay’, em 24 de novembro de 2011.)


“É inteligente, apesar de ser mulher.”

(De Mario Amato, ex-presidente da FIESP, sobre a ministra do Trabalho. Dorothéa Werneck.)