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A TROCA
Toninho
era boêmio e namorador. Divorciado, vivia em busca de aventuras. Mulher casada
e infiel, se fosse bonita e gostosa, era com ele mesmo. Bonitão, insinuante e
devorador de livros, era também poeta e seresteiro.
Rosilda,
esposa de Alberto, um conhecido dentista da cidade, costumava trair o marido,
que só vivia para o trabalho. O homem suspeitava da esposa, mas não tinha
certeza de nada. Era o chamado “corno cuscuz” (abafado). O casal não tinha
filhos.
A
mulher conheceu Toninho num restaurante, onde jantava com o marido, e se sentiu
atraída por ele. O poeta também sentiu imediata atração por ela. Enquanto o
dentista foi ao banheiro, Toninho passou pela mesa e entregou seu cartão de
apresentação a Rosilda. No dia seguinte, a mulher lhe telefonou e os dois
combinaram um encontro. Tornaram-se amantes, passando a frequentar motéis,
sempre durante o dia, enquanto o marido se encontrava no consultório.
Num
certo dia, o dentista viajou para um congresso em Fortaleza (CE), passando a
semana fora. Ficara de retornar no domingo. Feliz da vida, na sexta-feira,
Rosilda deu o sinal verde para que o namorado viesse encontrá-la em sua própria
casa. Os dois amantes usavam a mesma cama onde Rosilda e o marido raramente
faziam amor.
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O
dentista, sem avisar, antecipou sua volta para a sexta-feira.
Os
amantes, quase exaustos da maratona amorosa, foram surpreendidos pelo barulho
do carro do dono da casa entrando na garagem.
Apavorados,
os dois pularam da cama. O homem vestiu a cueca, agarrou a calça e a camisa nos
braços, e pulou a janela do quarto, saindo pelo quintal, e correndo para a casa
do vizinho, que era seu amigo. Por sorte, o amigo Artur estava em casa, ouviu
sua voz e mandou que entrasse. Ali, Toninho terminou de se vestir e, bastante
nervoso, já ia tirar o time, quando pôs no rosto os óculos que trazia nas mãos.
Notou, então, que aqueles óculos não eram os seus. Estava sem enxergar quase
nada, pois era míope e usava as chamadas lentes "fundo de garrafa",
com um grau muito forte.
A
ficha então caiu!!! Ele trocara seus óculos pelos óculos do dentista!!! Pediu,
então, ao amigo Artur para que fosse destrocá-los. Mas, naquele momento, seria
impossível! O pau já estava quebrando na casa do dentista, que não teve mais
como ignorar a traição da mulher. Garrafas de vinho, taças, petiscos, cama
desarrumada, roupas pelo chão, cinzeiro com restos de cigarros, enfim, todo um
cenário que denunciava a traição. Para completar a cena, o dentista pôs no
rosto os óculos que estavam na mesa de cabeceira e viu também que não eram
seus.
Dessa
vez, não dava mais para tapar o sol com a peneira... A traição da mulher estava clara e o dentista
teve que se convencer de que era corno.
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