(Por Violante Pimentel) Há muitos anos, um conhecido advogado e professor de Direito de
Natal, Dr. Otávio Silva, foi vítima de uma grosseira brincadeira, por parte de
alguns amigos. Muito católico, casado e com 12 filhos, só tinha olhos para a
sua família. Jamais admitiu a infidelidade conjugal. Era o chamado homem
“ferrolho”, e disso tinha orgulho. Achava que o sexo tinha como finalidade
precípua a reprodução da espécie. Tudo para ele era pecado, inclusive evitar
filhos.
Numa
sexta-feira, o Dr. Otávio foi convidado pelos colegas de escritório para
participar de um almoço em comemoração ao aniversário de um deles, Dr. Geraldo.
Por delicadeza, aceitou o convite. Avisou à esposa que não o esperasse para
almoçar, e do escritório ele e os colegas foram diretamente para um tradicional
restaurante da cidade, a "Peixada da Comadre". Saborearam um lauto
almoço, acompanhado de vinho branco da melhor qualidade, não faltando
sobremesas, café e licor. Foi uma tarde maravilhosa, com papo descontraído,
onde foram postos em dia assuntos amenos, deixando-se de fora os problemas
jurídicos do escritório. Ao saírem do restaurante, os advogados estavam
bastante eufóricos, pelo excesso de vinho que haviam tomado, embora outros,
como o Dr. Otávio, só tivessem bebido refrigerante e água de coco.
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Dr. Geraldo,
o aniversariante, era divorciado, e tinha liberdade para fazer o que bem
quisesse. Ainda no restaurante, enquanto Dr. Otávio foi ao banheiro, ele, por
brincadeira, combinou com os amigos para saírem dali para o Bordel de Maria
Boa, levando o respeitável causídico, sem que ele percebesse. Para isso, teriam
que distraí-lo com conversas e piadas, até chegarem ao cabaré. E foi assim que
os dois carros entraram no estacionamento do bordel, que era protegido por um
muro muito alto. Na certeza de que os amigos o estavam levando para ouvir um
grupo de chorinho em um bar, o antigo advogado se surpreendeu quando a turma
adentrou o salão principal, onde se encontravam algumas mulheres muito
produzidas, bebendo e ouvindo música em uma antiga radiola, na companhia de
alguns homens.
De repente,
a mais bonita das moças, muito alta e elegante, a mandado de um desses amigos,
aproximou-se do Dr. Otávio, insinuando-se com o seu decote exagerado, e
fazendo-lhe galanteios picantes. Ao perceber a total indiferença do suposto
cliente, a mulher disfarçou o seu desapontamento e se afastou do salão
principal.
O antigo
advogado, que há quarenta anos vivia para a esposa e seus doze filhos, muito
nervoso, percebeu que não estava num ambiente familiar. Contrariado, perguntou
ao aniversariante:
- Geraldo,
responda, por favor: Aquela mulher é rapariga, é? É rapariga?
E o
aniversariante, muito brincalhão, respondeu, com ênfase, tentando tranquilizar
o antigo advogado:
- Juro que
não, Otávio!!! Aquela mulher é uma Santa!!! Ela é uma Santa!!!
Dr. Otávio
nunca perdoou essa brincadeira...
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