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CANTIGA PARA NÃO MORRER
Quando
você for se embora,
moça
branca como a neve,
me
leve.
Se
acaso você não possa
me
carregar pela mão,
menina
branca de neve,
me
leve no coração.
Se
no coração não possa
por
acaso me levar,
moça
de sonho e de neve,
me
leve no seu lembrar.
E se
aí também não possa
por
tanta coisa que leve
já
viva em seu pensamento,
menina
branca de neve,
me
leve no esquecimento.
MADRUGADA
Do
fundo de meu quarto, do fundo
de
meu corpo
clandestino
ouço
(não vejo) ouço
crescer
no osso e no músculo da noite
a
noite
a
noite ocidental obscenamente acesa
sobre
meu país dividido em classes
OBRAS DE FERREIRA GULLAR
Um Pouco Acima do Chão,
poesia, 1949
A Luta Corporal,
poesia, 1954
Teoria do Não-Objeto,
ensaio, 1959
João Boa-Morte, Cabra Marcado pra Morrer,
poesia, 1962
Quem Matou Aparecida?,
poesia, 1962
Cultura Posta em Questão,
ensaio, 1964
Se Corre o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho
Come, teatro, 1966
A Saída? Onde Fica a Saída?, teatro,
1967
Dr. Getúlio, Sua Vida e Sua Glória,
teatro, 1968
Por Você, Por Mim, poesia, 1968
Vanguarda e Subdesenvolvimento, ensaio,
1969
Dentro da Noite Veloz, poesia,
1975
A Luta Corporal e Novos Poemas, poesia,
1976
Poema Sujo, poesia,
1976
Antologia Poética, poesia, 1977
Augusto dos Anjos ou Vida e Morte
Nordestina, ensaio, 1977
A Vertigem do Dia, poesia,
1980
Sobre Arte, ensaio,
1983
Barulhos, poesia, 1987
Poemas Escolhidos,
1989
Indagação de Hoje, ensaio,
1989
O Formigueiro, poesia, 1991
Argumentação Contra a Morte da Arte,
ensaio, 1993
Rabo de Foguete-Os Anos no Exílio,
memórias, 1998
Muitas Vozes, poesia,
1999
Rembrandt, ensaio,
2002
Relâmpagos, ensaio,
2003
Um Gato Chamado Gatinho, poesia, 2005
Resmungos, poesia, 2007
Em Alguma Parte Alguma, poesia,
2010
(Fonte: e-biografia)
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