quinta-feira, 30 de abril de 2015

FRASES: MILLÔR FERNANDES (3/3)

diariodopoder/divulgação

Se todos os homens recebessem exatamente o que merecem, ia sobrar muito dinheiro no mundo.

Aniversário é uma festa pra te lembrar do que resta.

O dinheiro não é só facilmente dobrável como dobra facilmente qualquer um.

Numa vida média de 50 anos, 80 a 100 dias são empregados pelos homens só no ato de fazer a barba. Ignora-se o que as mulheres fazem com esse tempo.

A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.

Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem.

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, então diga isto com uma imagem.

Dizem que quando o Criador criou o homem, os animais todos em volta não caíram na gargalhada apenas por uma questão de respeito.

Nunca esqueça: a vida também perde a cabeça.


A única diferença entre a loucura e a saúde mental é que a primeira é muito mais comum.



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QUASE HISTÓRIAS

ARQUIVO GOOGLE

CAMINHO SUAVE

Meu pai, grande pai, tentou me ensinar grandes coisas. Pobre pai. Por birra, burrice minha, aprendi pouco. Fui mau aluno. Paciência. Nunca quis ser o primeiro da classe. O penúltimo lugar sempre me pareceu suficiente.

Mas, dos ensinamentos do pai, incorporei um, definitivo:

-- Deus não se manifesta no barulho. 

O CONTADOR DE CARNEIROS

Era uma vez um homem que, desde menino, acostumara-se a ver a vida pela janela. Esperava sempre as condições ideais para fazer aquilo que sonhava fazer – a maneira mais objetiva de nunca fazer nada. Condições ideais não existem.

Como o tempo não para, ele também ficou velho, como ficam velhos todos, ou quase todos, os meninos. (Alguns morrem no meio do caminho.)

Ainda lhe restam forças para fechar a janela, tomar o elevador e, finalmente, caminhar. Mas de que lhe vale este fiapo de vigor, se ele não aprendeu a atravessar a rua?

Melhor cerrar a cortina. E contar carneiros. Como sempre fez.

ADROALDO, O PAPAGAIO


padrebentovet.wordpress.com

ADROALDO, O PAPAGAIO

Quando o cachorrinho morreu, companheiro de muitos e muitos anos, o mundo desabou. Ali, todos choraram – e muito. O papagaio verteu umas lágrimas, emudeceu por vários dias, não queria saber de seu ninguém.  Aliás, ali, ninguém queria saber mais de seu ninguém.

Ante a dor generalizada, todos – pai, mãe, filhos e a empregada – fizeram juramento público: “Não queremos mais criação. A gente se apega demais, sofre demais, melhor não ter mais bicho em casa. O papagaio é o último. Acabou.”

Com o tempo, a rotina retomou seu leito maçante. Pai e mãe voltaram a caminhar no parque e a se sentar no banco pra assuntar bobagens. Os filhos não tinham mais como não cuidar de si, da vida, das obrigações. A empregada retomou a cantoria, com a voz medonha que Deus lhe deu. O papagaio, embora saudoso do cão amigo, voltou a imprecar contra tudo e todos que habitam a terra do sol. Era sua forma de driblar a dor.

Num dia que não era tão belo assim, pai e mãe no parque, sentados assuntando bobagens, assistiam ao desfile dos contentes com seus cachorrinhos de estimação. Viram um pobre diabo abandonado. Pai e mãe se entreolharam. E disseram em uníssono: “Nem pensar, juramos que não”. O coração mole da mãe resolveu dar um biscoito ao largado. O coração bobo do pai falou mais alto: “Bolacha sem água, com um calor desses, não pode ser”. E lá veio um copinho d’água.

Já não eram mais dois.

Voltaram pra casa. Abriram o portão. E o papagaio não se conteve:

-- Seja bem vindo, Totó. (janeiro/2014)






CLÓVIS CAMPÊLO

MATIAS DA ROCHA

O NOSSO SEGUNDO HINO

Do mesmo modo que a música “Aquarela do Brasil”, do compositor mineiro Ary Barroso, é considerada por muitos como o nosso segundo Hino Nacional, considero o frevo “Vassourinhas”, de Matias da Rocha e Joana Batista Ramos, como o segundo hino do estado de Pernambuco.

Consta que a música foi composta pela dupla em janeiro de 1909 e vendida ao Clube Vassourinhas por três mil réis em novembro do ano seguinte.

A história é confirmada pelo pesquisador Evandro Rabelo em texto postado no site da Fundação Joaquim Nabuco. Afirma o pesquisador que na sede do Clube Vassourinhas foi encontrado por ele um recibo datado de 18 de novembro de 1910, no valor acima citado, assinado pelos autores da música. Do mesmo modo, ainda segundo Rabelo, no 2º Cartório de Registro Especial de Títulos e Documentos, consta outro documento, assinado por Joana Batista, em 1949, onde declara que a marcha foi composta por ela e Matias da Rocha no dia 6 de janeiro de 1909, no arrabalde de Beberibe, em um mocambo de frente a estação do Porto da Madeira.

Joana Batista Ramos faleceu em 1952, na sua casa no bairro do Zumbi, aos 74 anos de idade. Um ano antes, porém, em 1951, quando o Clube Vassourinhas foi ao Rio de Janeiro participar com êxito do carnaval carioca, ela cantou a marcha famosa devidamente orquestrada.

Sendo uma das músicas mais gravadas e executadas em toda a história da música popular pernambucana, “Vassourinhas”, no entanto, é questionada por alguns estudiosos do assunto, no que tange à simplicidade da sua estrutura melódica, já que o frevo-de-rua exige virtuosismo e um amplo conhecimento musical por parte dos seus compositores.

Entretanto, em 1956, ao lado da Orquestra Mocambo, regida pelo maestro Nélson Ferreira, Félix Lins de Albuquerque, mais conhecido como Felinho, com seu clarinete, introduziu variações tão brilhantes na música que praticamente a recriou, tornando-se por isso reconhecido e admirado.

CLÓVIS CAMPÊLO

Assim como Nélson Ferreira, Felinho nasceu na cidade de Bonito, no agreste pernambucano, no dia 14 de dezembro de 1895, e faleceu no Recife, em 9 de janeiro de 1980, deixando uma vasta obra musical.

No que tange a Matias da Rocha pouco se sabe sobre a sua biografia, além de que tenha sido um dos fundadores do Clube Vassourinhas, em 1889. Segundo o texto de Evandro Rabelo supra citado, era elegante, negro, afilado, maestro, tocador de violão, primo de Joana Batista Ramos e autor de outras músicas que não tiveram a felicidade de serem perpetuadas. Ambos eram alfabetizados, já que assinaram o recibo de venda do frevo famoso.

Recife, 2011



NÚBIA NONATO

www.publico.pt

VAGAR

Dirijo-me
ao moço
que tece
o tempo.
Peço-lhe
vagar,
peço-lhe
a generosidade
dos antigos  que não
apreciam a correria
dos que se atrelam
aos minúsculos
ponteiros.


quarta-feira, 29 de abril de 2015

SANTA FOSSA

Atire a primeira pedra, ai, ai, ai
Aquele que não sofreu por amor


(Mario Lago)

NEGUE

De Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos
Interpretação: Maria Bethânia




Negue seu amor, o seu carinho
Diga que você já me esqueceu
Pise, machucando com jeitinho
Este coração que ainda é seu

Diga que meu pranto é covardia
Mas não se esqueça
Que você foi meu um dia

Diga que já não me quer
Negue que me pertenceu
Que eu mostro a boca molhada
Ainda marcada pelo beijo seu


MATRIZ OU FILIAL

De Lúcio Cardim
Interpretação: Simone




Quem sou eu pra ter direitos exclusivos sobre ela
Se eu não posso sustentar os sonhos dela
Se nada tenho e cada um vale o que tem
Quem sou eu pra sufocar a solidão da sua boca
Que hoje diz que é matriz e quase louca
Quando brigamos diz que é a filial

Afinal se amar demais passou a ser o meu defeito
É bem possível que eu não tenha mais direito
De ser matriz por ter somente amor pra dar

Afinal o que ela pensa em conseguir me desprezando
Se sua sina sempre é voltar chorando,
Arrependida, me pedindo pra ficar



 ATRÁS DA PORTA

De Chico Buarque e Francis Hime
Interpretação: Elis Regina



Quando olhaste bem nos olhos meus,
E o teu olhar era de adeus.
Juro que não acreditei.

Eu te estranhei, me debrucei, sobre teu corpo,
E duvidei, e me arrastei, e te arranhei,
E me agarrei nos teus cabelos, nos teus pelos,
Teu pijama, nos teus pés, ao pé da cama,
Sem carinho, sem coberta,
No tapete atrás da porta,
Reclamei baixinho.

Dei pra maldizer o nosso lar,
Pra sujar teu nome, te humilhar,
E me vingar a qualquer preço.
Te adorando pelo avesso.
Só pra mostrar qu'inda sou tua.
Até provar qu'inda sou tua.

(janeiro/2014)





CHÁ DAS CINCO: MANUEL BANDEIRA (2/4)



O BICHO

Vi ontem um bicho 

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.




CHARGES: DIRETO DA "BESTA"

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AMARILDO – A GAZETA



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KACIO – CHARGE ONLINE



iotti

IOTTI – ZERO HORA


ATRÁS DO JORNAL DA BESTA FUBANA 
SÓ NÂO VAI QUEM JÁ MORREU



migueljc

MIGUEL – JORNAL DO COMMERCIO



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ALECRIM – CHARGE ONLINE



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THIAGO LUCAS – FOLHA DE PERNAMBUCO




AQUELA NÃO ERA MINHA MÃE

FOTO: LAILA MOXON
www.falamamae.com

Ainda menino, guri gorducho e pobre, ficava sempre apreensivo às vésperas de casamento de parentes ou conhecidos. Não via a hora, claro, de comer salgados, doces e tudo mais que me fosse servido. Também gostava de correr feito besta de um lado para outro do salão, com meus primos, até vomitar na roupinha nova, comprada a prazo. No dia seguinte, o puxão de orelha era certo. Quando não apanhava ali mesmo: no salão. Não raro, a festa era no quintal da casa dos pais da noiva - o que era frequente, em função de nossas "relações sociais".

Mas o que me deixava apreensivo não era o castigo físico, que, a bem da verdade, pouco doía. Era a certeza de que mamãe iria à cabeleireira, logo pela manhã. Que depois voltaria com uns rolos imensos na cabeça coberta por um pano qualquer. O pior viria à tarde, quase na hora da cerimônia. Quando ela entrava em casa, com aquele “capacete” construído com frascos e mais frascos de laquê, era sempre um baque para mim. Meu pai não se abalava. Às vezes, chegava a lhe dizer: “Está bonita”. Acho que mentia.

Aquela mulher de “capacete” não era minha mãe. Minha mãe era a que me buscava de cabelos lambidos e vestido ordinário, na porta da escola. Esta eu amava. Desta sinto saudade, muita saudade. (2012)



FRASES: MILLÔR FERNANDES (2/3)



O otimista não sabe o que o espera.

Passado é o futuro usado.

Não devemos resistir às tentações: elas podem não voltar.

Não é que com a idade você aprenda muitas coisas; mas você aprende a ocultar melhor o que ignora.

Metade da vida é estragada pelos pais. A outra metade, pelos filhos.

Errar é humano. Ser apanhado em flagrante é burrice.

O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas.

Esnobar é exigir café fervendo e deixar esfriar.

O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela gasta.

Os nossos amigos poderão não saber muitas coisas, mas sabem sempre o que fariam no nosso lugar.

Milton Viola Fernandes (16/08/1923 – 27/03/2012),
o grande Millôr Fernandes,
foi desenhista, humorista, dramaturgo,
 escritor, tradutor e jornalista.





IMAGENS: DJANIRA (2/3)

CANTIGA PARA DJANIRA

O vento é o aprendiz das horas lentas,
Traz suas invisíveis ferramentas,
Suas lixas, seus pentes-finos,
Cinzela seus castelos pequeninos,
Onde não cabem gigantes contrafeitos,
E, sem emendar jamais os seus defeitos,
Já rosna descontente e guaia
De aflição e dispara à outra praia,
Onde talvez possa assentar
Seu monumento de areia – e descansar.

(PAULO MENDES CAMPOS)












COISAS DA VIDA

Oração do Corno
humortadela.uol.com.br


A TROCA

Toninho era boêmio e namorador. Divorciado, vivia em busca de aventuras. Mulher casada e infiel, se fosse bonita e gostosa, era com ele mesmo. Bonitão, insinuante e devorador de livros, era também poeta e seresteiro.

Rosilda, esposa de Alberto, um conhecido dentista da cidade, costumava trair o marido, que só vivia para o trabalho. O homem suspeitava da esposa, mas não tinha certeza de nada. Era o chamado “corno cuscuz” (abafado). O casal não tinha filhos.

A mulher conheceu Toninho num restaurante, onde jantava com o marido, e se sentiu atraída por ele. O poeta também sentiu imediata atração por ela. Enquanto o dentista foi ao banheiro, Toninho passou pela mesa e entregou seu cartão de apresentação a Rosilda. No dia seguinte, a mulher lhe telefonou e os dois combinaram um encontro. Tornaram-se amantes, passando a frequentar motéis, sempre durante o dia, enquanto o marido se encontrava no consultório.

Num certo dia, o dentista viajou para um congresso em Fortaleza (CE), passando a semana fora. Ficara de retornar no domingo. Feliz da vida, na sexta-feira, Rosilda deu o sinal verde para que o namorado viesse encontrá-la em sua própria casa. Os dois amantes usavam a mesma cama onde Rosilda e o marido raramente faziam amor.

Violante Pimentel é procuradora aposentada
 do Estado do Rio Grande do Norte

O dentista, sem avisar, antecipou sua volta para a sexta-feira.

Os amantes, quase exaustos da maratona amorosa, foram surpreendidos pelo barulho do carro do dono da casa entrando na garagem.

Apavorados, os dois pularam da cama. O homem vestiu a cueca, agarrou a calça e a camisa nos braços, e pulou a janela do quarto, saindo pelo quintal, e correndo para a casa do vizinho, que era seu amigo. Por sorte, o amigo Artur estava em casa, ouviu sua voz e mandou que entrasse. Ali, Toninho terminou de se vestir e, bastante nervoso, já ia tirar o time, quando pôs no rosto os óculos que trazia nas mãos. Notou, então, que aqueles óculos não eram os seus. Estava sem enxergar quase nada, pois era míope e usava as chamadas lentes "fundo de garrafa", com um grau muito forte.

A ficha então caiu!!! Ele trocara seus óculos pelos óculos do dentista!!! Pediu, então, ao amigo Artur para que fosse destrocá-los. Mas, naquele momento, seria impossível! O pau já estava quebrando na casa do dentista, que não teve mais como ignorar a traição da mulher. Garrafas de vinho, taças, petiscos, cama desarrumada, roupas pelo chão, cinzeiro com restos de cigarros, enfim, todo um cenário que denunciava a traição. Para completar a cena, o dentista pôs no rosto os óculos que estavam na mesa de cabeceira e viu também que não eram seus.

Dessa vez, não dava mais para tapar o sol com a peneira...  A traição da mulher estava clara e o dentista teve que se convencer de que era corno. 




terça-feira, 28 de abril de 2015

QUASE HISTÓRIAS (V)

www.imperiodarenda.com

CÚMPLICES

Argemiro (8.6, hipertenso, cardíaco) e Esmeralda (8.7, obesa, diabética) eram casados há sessenta anos. A cada dia, a cumplicidade entre eles aumentava:

-- Tudo bem, Argemiro, não vou dizer aos meninos que hoje você tomou uma cachaça escondida e duas latas de cerveja também.

-- Você jura por Deus, Esmeralda, que não vai contar aos meninos que bebi? Eles estão loucos pra nos internar...

-- Juro. Mas só se você jurar que não vai contar pra eles que eu bati uma lata de leite condensado. Quer uma balinha de coco?

-- Não, obrigado. Vou tomar mais um gole.

VASO BOM

Hoje, estou “quase” convencido de que sou um homem bom. Bom? Bom nada: boníssimo, dos que merecem, definitivamente, um espaço no panteão dos santos. E vejam bem: não afirmo isso por cabotinismo, me valho da mais pura lógica para chegar a tal conclusão.

Os ditos populares, a exemplo da fé, não costumam falhar. Eu acredito em quase todos ditos e benditos, desde que me convenham. E o que diz um dos mais famosos deles? Que vaso ruim não quebra. Trata-se da mais absoluta verdade. Ora, ora, se vaso ruim não quebra, vaso bom quebra. Como estou um amontoado de cacos – a espera de uma alma santa, munida de vassoura e pá, que me recomponha –, só posso ser o que sempre imaginei ser: um cara trilegal.

Contra a lógica, meus caros, não há argumentos.




IMAGENS: DJANIRA (1/3)


DJANIRA

Descendente de austríacos e de índios guaranis, Djanira ((Avaré, 20 de junho de 1914 — Rio de Janeiro, 31 de maio de 1979) foi uma pintora, desenhista, ilustradora, cartazista, cenógrafa e gravadora brasileira. Passou a infância em Porto União (SC), onde trabalhava na lavoura. Na adolescência, voltou para a cidade natal, Avaré (SP). Em 1928, seguiu para São Paulo, onde foi vendedora ambulante.

Em sua produção, destaca-se o painel monumental de azulejos para a capela do túnel Santa Bárbara (1958) no Rio de Janeiro. Inicialmente nomeada como “primitiva”, gradualmente sua obra alcança maior reconhecimento da crítica. Como aponta o crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981), Djanira é uma artista que não improvisa, não se deixa arrebatar, e, embora possuam uma aparência ingênua e instintiva, seus trabalhos são consequência de cuidadosa elaboração para chegar à solução final.

Fonte: WIKIPÉDIA













CLÓVIS CAMPÊLO



OUTONO

Hoje que o dia padece
de uma cor plumbéa,
colho raios de sol.

Não espero que apareças,
já estás no meu pensamento
leve como uma nuvem
que singra o firmamento.

Não me apavora a solidão.
Apenas amadurece
a nobre colheita do outono
que se apresenta.

(Recife, 2011)