foto: www.meuclubnet.com |
Tomou um banho bem tomado, como há muito não tomava. Colocou o melhor
vestido que tinha, fez as unhas das mãos e dos pés. Depois, ligou para a
floricultura, encomendou seis buquês de rosas carmim. Ditou o que deveria ser
dito nos cartões, todos anônimos e levemente eróticos. Acionou a melhor e única
amiga que tinha – antiga vizinha, velha colega de trabalho. Pediu sua ajuda.
Gostaria muito de receber telefonemas e e-mails nesta data querida. (A amiga
não lhe faltou.) Comprou o melhor bolo da padaria. Não descuidou das velas.
Avisou mamãe que o dia seria agitado. E foi. O telefone tocou.
Mensagens eletrônicas também chegaram, junto com o bolo da padaria e as flores.
Foi o aniversário mais feliz de sua vida.
DEZEMBRO/2013
ATUALIZADO EM SETEMBRO DE 2017
Quem não sair daqui levando uma linda mensagem não passou por aqui de fato.
ResponderExcluirParabéns amigo!
Excelente, Orlando, sensível, triste e muito bem elaborado!
ResponderExcluirObrigado, Eva. Sua presença e comentário são muito importantes pra mim. Beijão.
ExcluirSuely, muito obrigado.
ExcluirFiquei com pena da menina. Lembrei de uma cena muito antiga na TV, com a Débora Duarte ainda jovem, em que a sua personagem prepara um jantar maravilhoso, depois se arruma primorosamente, vai até a sala, acende a vela e janta sozinha no dia de Natal. E depois diz: "Fiz isso porque eu mereço." A menina do conto também merecia tudo aquilo e provavelmente mais. Apenas não tinha outras pessoas que lhe proporcionassem.
ResponderExcluirMelancólico, Orlando.
ResponderExcluir