quarta-feira, 11 de março de 2015

COISAS DA VIDA

O GRINGO


Violante Pimentel é procuradora aposentada
 do Estado do Rio Grande do Norte
(Por Violante Pimentel) Era um congresso em Salvador (BA), e representações de todos os estados do Brasil estavam presentes. De Natal, seis participantes, entre os quais duas antigas servidoras,  donzelas juramentadas, carolas, dessas que se escandalizam com tudo. Ficaram as duas  no mesmo apartamento do hotel. À noite, desceram para jantar no restaurante do próprio hotel. Depois, deram uma volta para conhecer as suas dependências, inclusive a boate, onde se encontravam vários congressistas.  Conversaram com colegas de Natal, e ali  permaneceram  até que o sono chegasse.  Pouco depois da meia-noite, subiram para dormir.  Enquanto se preparavam, o telefone do apartamento tocou. Um homem com a fala enrolada, querendo falar português sem saber, fazendo uma salada de palavras, pediu pra falar com Dorinha, a mais velha das duas donzelas. Dizendo chamar-se "RÓRRER", fez uma declaração de amor à congressista, num "portunhol" difícil de se entender. Assustada, Dorinha ouviu o gringo dizer:

“Senorita Dorinha, io vi tu na boate e fiquei impresionado com tu beleza... estou apaixonado per  te...me nome é “Rórrer”.  “Preguntei” tu nome para tu amigo, que estava a falare contigo...por isso estou telefonando para te. Vou subir até tu quarto...Quero fazer amor contigo... Me corpo está ardendo de desejo...”

Dorinha, em pânico, respondeu:

- Meu senhor,  o senhor deve estar ligando pra pessoa errada!!! Eu sou uma moça direita, não conheço o senhor, nem o senhor me conhece, e não vim pra cá atrás de homem!!! Bateu o telefone e disse pra colega de quarto:

-Bernadete, pela caridade, tem um homem no telefone dizendo que se apaixonou por mim na boate e quer vir aqui no quarto fazer amor comigo!!! Mulher, vou ligar pra portaria e dizer que tem um tarado aqui no hotel!!! Ele disse que o nome dele é RÓRRER.

Mesmo tendo avisado à portaria, as duas amigas passaram a noite em claro, com medo do “tarado”. Ao amanhecer o dia, foram as primeiras a chegar ao restaurante para o café da manhã. Visivelmente abatidas, notava-se,  perfeitamente, que não haviam dormido. 

Aos poucos, foram chegando os outros hóspedes, inclusive os quatro colegas de Natal.  Os procuradores se aproximaram delas,  e todos estranharam a aparência cansada das duas. Ainda em estado de choque,  Dorinha falou aos colegas sobre o mal-estar que um tarado havia provocado nelas, ao telefonar para o quarto, dizendo que estava ardendo de desejo e que queria fazer amor com ela. Não conseguiram dormir, com medo que o gringo arrombasse a porta.

Os procuradores se entreolharam, prendendo o riso, e o Dr. Ricardo, que era muito presepeiro, perguntou a Dorinha: 

-  Será que o nome desse tarado era RÓRRER? E começou a rir...Dorinha, exaltada, perguntou: Como é que você sabe que o nome dele é RÓRRER? Ah seu safado! Foi você!!!

E a gargalhada foi geral...


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