CASA DE BANHOS |
A CASA DE BANHOS
Ficava
situada nos arrecifes que separam o oceano do porto da cidade do Recife, nas
proximidades da antiga Ponte Giratória. Foi construída em 1880 por Carlos José
de Medeiros, que solicitou autorização do Governo para a construção. Era uma
construção de madeira e ferro que lembrava um navio sem mastro.
De
início, funcionava como a residência do construtor e da sua família, que
posteriormente resolveu explorar comercialmente o local, transformando-o em uma
hospedaria para fins medicinais. Foi denominado oficialmente como Grande
Estabelecimento Balneário de Pernambuco, ficando conhecido na boca do povo, no
entanto, como Casa de Banhos.
Segundo
a Fundaj, em 1902, possuía cinco banheiros que permitiam o uso simultâneo de
350 pessoas. Continha 102 compartimentos próprios para a higiene dos banhistas,
um grande salão de refeições, duas salas, um gabinete de leitura e outras
dependências.
No
início do século XX, o local era frequentado pelos recifenses e também era
muito procurado pelos estrangeiros, tanto para o repouso quanto para os banhos
salgados nas suas piscinas naturais.
Nos
jornais recifenses eram propagadas as suas condições de higiene e conforto e
citadas as curas de várias doenças, inclusive o beriberi, alcançadas por
hóspedes que frenquetavam o local, a preços nunca superiores aos cobrados pelos
hotéis da época.
As
roupas utilizadas para os banhos eram feitas de baeta, um tecido felpudo de lã,
e os calções estendiam-se até os joelhos.
CLÓVIS CAMPÊLO |
Consta
que a Casa de Banhos transformou-se em negócio tão próspero que foi comprada
pelo inglês Sydney Rodhes, que introduziu vários melhoramentos e inovações nos
locais, aumentando também a tabela de preços. Isso provocou a intervenção do
Governador do Estado, general Emídio Dantas Barreto, que alterou o primeiro
regulamento do estabelecimento, datado de 31 de outubro de 1895, reduzindo os
preços e tornando obrigatórios e gratuitos a concessão de banhos diários para
vinte doentes pobre da Santa Casa de Misericórdia do Recife.
No
final da década de 1920, depois de um período de decadência, a Casa de Banhos
foi destruída por um incêndio.
Recife,
2010
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