quarta-feira, 14 de maio de 2014

PROFISSÃO: REPÓRTER – CASOS E PERIPÉCIAS

BRAGA JR, O LORDE DA NARRAÇÃO

Joaquim Macedo Júnior


(POR JOAQUIM MACEDO JÚNIOR) Nem sei nem se terei tempo e espaço para lembrar alguns dos grandes nomes do rádio e da comunicação com quem trabalhei.

Hoje, recordo Braga Júnior, um dos melhores do rádio-esportivo brasileiro. Tive a oportunidade de dividir o mesmo microfone com ele, no dia 3 de junho de 1984.

A data remete imediatamente ao GP de Mônaco, histórico pela disputa entre Alain Prost e Airton Senna – briga, aliás, que nos eletrizava a todos nas manhãs de domingo, do Senna. A carreira terminou com o francês na frente e Senna em segundo.

No Brasil, porém, para a política, era um dia especialmente importante. Como se sabe, as eleições diretas para governador de Estado foram retomadas em 1982, ainda na ditadura militar. Para as cidades consideradas de “segurança nacional” – capitais e municípios estratégicos – somente em 1984.

Pois foi no dia 3 de junho de 1984 que pude fazer uma transmissão conjunta com o Braga Júnior. Ele no belíssimo balneário monegasco e todo o seu glamour. Braga me chamava antes da corrida, direto de Mônaco para saber das eleições santistas, ao vivo, em alguns momentos espaçados e depois com o balanço do pleito de Santos.

Braga Júnior

Enquanto Prost ganhava em Mônaco, Oswaldo Justo tornava-se o primeiro prefeito eleito da cidade de Santos, após duas décadas de alcaides indicados.

Pois foi este o momento que dividi com Braga Júnior, o único locutor ainda vivo que fez a Copa de 1958 (site do Milton Neves). Além de ter um temperamento forte e uma sinceridade raros, Braga Júnior era um dos “monstros” do rádio, com quem estava fazendo uma cobertura no pesado microfone da Globo/Excelsior numa mesma jornada. Ele no balneário de Mônaco e eu no balneário de Santos, terra do time de Pelé, que fiz questão de registrar.

Em conversa de corredor, na rádio, Braga Júnior uma vez me disse. Não entendo esses prêmios: “o ano em que estava na minha melhor foi em mil, novecentos e cinqüenta e tanto, mas me deram o prêmio de melhor narrador em 1958. Eu não entendo, talvez por causa da Copa”.






Nenhum comentário:

Postar um comentário