MÃE SOLTEIRA
Dalinha Catunda |
Não foi só
descaramento,
Nela não tinha
maldade.
Eram apenas arroubos,
Sintomas da pouca idade.
Ovelha negra era agora
Na voz da sociedade
Sua barriga crescia,
Seu vestido encurtava,
Sua cintura antes
fina,
Dia a dia engrossava,
E o filho feito a dois
Sozinha ela carregava.
Seguiu firme sua sina
Pesava barriga e dor.
Lembrava a mãe de
Jesus
Que por seu filho
lutou.
E entregava seu
destino
A Cristo seu redentor.
E em momento nenhum,
Seu ato a envergonhou.
Com o nariz empinado,
A vida continuou.
Segurou firme nos
braços,
O que o ventre lhe
ofertou.
Boa mãe é com certeza,
A outro filho deu luz.
Continua mãe solteira,
Sem achar que é uma
cruz.
Sem dizer amém às
regras
A sua vida conduz.
Apontada como exemplo,
De mãe bem sucedida,
Pelos que antigamente
A chamavam de perdida.
Lança um riso de
ironia
Pras voltas que dá a
vida.
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