Era uma vez um homem que, desde menino, acostumara-se a ver a vida pela janela. Esperava sempre as condições ideais para fazer aquilo que sonhava fazer – a maneira mais objetiva de nunca fazer nada. Condições ideais não existem.
Como o tempo não para, ele também ficou velho, como
ficam velhos todos, ou quase todos, os meninos.
Ainda lhe restam forças para fechar a janela, tomar
o elevador e, finalmente, caminhar. Mas de que lhe vale este fiapo de vigor, se
ele não aprendeu a atravessar a rua?
Melhor cerrar a cortina. E contar carneiros. Como
sempre fez.
NOVEMBRO/2012
Eu amava contar carneirinhos, e descobrir figuras no céu. Mas não deixei a vida passar. Contemplar só da janela era muito pouco para quem queria ganhar o mundo.
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