LOURENÇO
DIAFÉRIA:
MESTRE DA
PALAVRA,
FIGURA ILUMINADA
Nosso Quincas |
(POR JOAQUIM MACEDO JÚNIOR) Sorte tive eu de contar meus
conhecidos, companheiro de emissora e até de mesa de bar, o extraordinário
Lourenço Diaféria.
Um dos mais importantes e geniais
cronistas desta São Paulo – por si só tão difícil de descrever - e de que ele
fazia com singeleza e inteligência, a nos impor reflexões diárias e levar ao
humor mais instigante as agruras da megalópole.
Mas, Diaféria, fazia isso, escrever com
leveza, criatividade e a palavra certa, como quem come um biscoito na hora do
recreio. Deixar de ler sua coluna era quase um pecado.
Estive no dia-a-dia com Lourenço na
rádio Excelsior-AM, na época do Isidro Barioni, onde trabalhava em comentários
e opiniões, e estive com ele em momentos de desabafo, nos botecos das Perdizes.
Ouvia minhas questões existênciais rasas – os dissabores com assessorias e
outros queixumes – com a atenção de um amigo. Era um grande companheiro, uma
pessoa de bem, do bem. Cara bacana.
Não dá para esquecer o dia em que
estávamos de plantão no ano novo, na rádio Excelsior, um repórter, um redator,
um locutor, um sonoplasta, um motorista e o número dos telefones dos chefes
para qualquer decisão de estado-maior. Era mais do que normal e prática de
nossa profissão, o tal plantão.
O que não se pode negar é que, mesmo
com o maior espírito profissional, o sujeito sente uma solidão, um vazio
danado, com a mudança do calendário e seus pipocos.
Mestre Lourenço |
Pois bem, num desses plantões, de
repente, do nada, apareceu Lourenço Diaféria, arrastando um chinelo e muito à
vontade chamou toda a turma de plantão – o sonoplasta colocou uma seqüência de
músicas que nos deu 10 minutos de folga – e nosso amigo espoca um champanhe,
bebe conosco, conversa com cada um, deseja um feliz ano novo, depois um abraço
apertado. Eram 15 para a meia noite. Nossa noite de plantão foi muito feliz
pela passagem do cometa Diaféria. Grande homem.
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