Não são poucos os parlamentares – vereadores,
deputados e senadores – que levam ao paroxismo aquela máxima de Abelardo Chacrinha
Barbosa: “Na televisão, nada se cria, tudo se copia”. Quem conhece o
Legislativo sabe bem como a coisa funciona. Há parlamentares que escalam assessores
para acompanhar com lupa os projetos de seus pares publicados no Diário Oficial.
Objetivo: copiá-los, com pequenas alterações, para, digamos assim, “enriquecer”
seu currículo e engabelar eleitores incautos. Muitos, no final de cada ano,
saem alardeando: “Apresentei mais de uma centena de projetos, não tenho culpa
se a Casa não os aprova”. São uns cínicos.
Mas há uma categoria de parlamentares ainda pior
que a dos “copiadores”: são os que se pretendem criativos e se metem em
assuntos que não entendem. Anos atrás, na Assembléia Legislativa de São Paulo,
um deputado sério, urologista renomado, apresentou projeto que criava um programa
cujo objetivo era promover a detecção precoce do câncer de próstata. À época, o
projeto, que virou lei, teve boa repercussão na imprensa.
Um colega seu de bancada, engenheiro, moço de modos
maneiros, resolveu pegar uma carona: apresentou projeto que obrigava o governo
do Estado a desenvolver e distribuir cartilhas incentivando os homens a fazer o
autotoque retal, isso mesmo: o autotoque retal. Afinal, deve ter pensado o
engenheiro, mulheres não fazem o autoque da mama?
Felizmente, a comissão de
Saúde abortou a ideia maluca.
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