O CAMINHO DO POETA
Não saberia sorrir
cruzando as águas do rio,
lembrando que o poeta
por ali passou um dia.
Talvez o seu existir,
por falta de algum brio,
por medo de alguma meta,
não tenha sido alegria.
Talvez não tenha sentido
o azul claro do céu,
a brisa morna do mar,
os sons que cantam a vida;
talvez tenha preferido
da tristeza todo o véu,
o frio da noite a reinar,
a dor sangrando a ferida.
Por Clóvis Campêlo
Recife, 2010
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