GRUPO DE SENADORES QUER LULA E FHC
NA ARTICULAÇÃO DE NOVO GOVERNO
Por Josias de Souza
UOL – 24/05/2017| 04:21
Em reunião encerrada na madrugada desta quarta-feira, um grupo de
cerca de 20 senadores debateu a crise. Houve consenso quando à inevitabilidade
da interrupção do mandato de Michel Temer. Generalizou-se a percepção de que a
saída passa pela impugnação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior
Eleitoral, em julgamento marcado para 6 de junho. A maioria concluiu que convém
envolver na articulação para a escolha de um hipotético substituto de Temer os
ex-presidentes Lula, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney.
O encontro ocorreu na casa da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO). Foi a
segunda reunião do grupo. A primeira acontecera na véspera. Compareceram
senadores de vários partidos. Entre eles Renan Calherios (AL), Eduardo Braga
(AM) e José Maranhão (PB), do PMDB; Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS), do
PT; Lasier Martins (RS), do PSD; e Armando Monteiro, (PE), do PTB.
Planeja-se elaborar uma pauta mínima de temas em torno dos quais o
grupo consiga convergir e atrair mais parlamentares. Parte dos presentes
defende a convocação de eleições presidenciais diretas. Mas não ignora que a
hipótese mais provável é de que a escolha de um eventual substituto para Temer
será feita pelo Congresso, em eleição indireta.
Emergiu do debate um perfil do candidato que o grupo considera mais
adequado para o caso de prevalecer a escolha indireta. Eis algumas das
características: 1) Não pode ter a ambição de se reeleger em 2018; 2) Deve ter
em mente que não será mais possível aprovar reformas como a da Previdência; 3)
Não pode ser membro do Judiciário; 4) É preferível que não seja também do
Legislativo; 5) Não pode tratar a classe política a vassouradas; 6) O ideal é
que seja referendado por Lula, FHC e Sarney.
Um dos participantes da conversa disse ao blog que, no momento, o
nome que mais se encaixa nesse modelo é o de Nelson Jobim — ex-ministro de FHC
e de Lula, ex-presidente do Supremo e ex-deputado federal. Tem um
inconveniente: precisaria se desligar do Banco BTG Pactual, do qual tornou-se
sócio.
NOTA DO EDITOR:
Não pode ser grande coisa um candidato que tenha, simultaneamente, a
bênção de Lula, FHC e Sarney. Menos por FHC, claro. (OS)
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