IMAGEM: ARQUIVO GOOGLE |
TEMER
SE ACHA VIVO,
MAS
ALIADOS MANDAM FLORES
Por Josias
de Souza
UOL –
19/05/2017| 22:18
Menos
de 24 horas depois de Michel Temer ter declarado diante das câmeras que não
renunciará ao mandato, a palavra renúncia voltou a ser pronunciada nos diálogos
entre o presidente, seus auxiliares e apoiadores. O governo acordou sonhando
com a superação da crise. “Já passou a tempestade”, chegou a dizer o chefe da
Casa Civil Eliseu Padilha. Na sequência, o Supremo Tribunal Federal trovejou
sobre o noticiário a íntegra do inquérito aberto contra Temer e os vídeos da
delação do Grupo JBS.
O
cenário é de franca deterioração. É como se o presidente, convertido pelos
fatos em cadáver político, testemunhasse os preparativos para o velório do seu
governo. Temer grita que está vivo. Mas alguns de seus aliados já encomendam
coroas de flores. E discutem sobre o melhor momento para atirar sobre a
presidência de Temer a última pá de cal.
Numa
metáfora feita por um dirigente do PSDB, Temer é um paciente na UTI. Os
partidos monitoram a situação. A qualquer momento, podem desligar os aparelhos.
A senha para o desfecho está no áudio da conversa vadia que Temer teve com o
empresário Joesley Batista. A certa altura, Temer diz que o apoio congressual é
o grande trunfo da sua administração. “Se eu não tenho o apoio do Congresso”,
disse Temer, “eu tô ferrado”. É disso que se trata.
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