DOMMENAS - O REI CÍNICO - EM AÇÃO |
COM LAMA PELO NARIZ,
LULA FALA EM SALVAR O PAÍS
Ao se apresentar como uma alternativa presidencial limpinha,
Lula comporta-se como um mágico tantã
POR JOSIAS DE SOUZA
UOL
– 13/01/2017 | 05:47
Alguma coisa subiu à cabeça de Lula
ao discursar em Brasília num seminário sobre educação promovido por
sindicalistas. Em meio a críticas ao governo de Michel Temer, o orador sapecou
uma pergunta: “Quem é que vai tirar o país da lama?” E a plateia companheira:
“Lula”. Entre os presentes, ironia suprema, estava o ex-tesoureiro petista
Delúbio Soares.
Réu em cinco inquéritos —três dos
quais relacionados ao petróleo —, Lula apresentou-se como a pessoa certa para
livrar o país do pântano. Fez isso sob aplausos de Delúbio, um corrupto de
mostruário, sentenciado no célebre julgamento do mensalão. Ou seja: Lula estava
completamente fora de si.
Noutra passagem do seu discurso, a
pretexto de alvejar Temer, Lula atirou contra o próprio pé: “Quem é o culpado
de um jovem de 25 anos estar preso hoje? O que deram de oportunidade para ele
quando ele tinha 8 anos? Se não dou educação, trabalho, essa criança vai fazer
o quê da vida? A gente percebe que o dinheiro que se economizou na educação no
passado está se gastando hoje para se fazer cadeia. E cada vez vai custar mais
caro…”
Suponha que o personagem do enredo de
Lula tenha acabado de chegar ao xilindró. Preso aos 25, fez aniversário de 8
anos em 2000. Quando Lula foi eleito para suceder FHC, em 2002, o garoto tinha
dez anos. Quando Lula se reelegeu, o personagem era um adolescente de 14 anos.
Na época em que Lula transformou Dilma de poste em sua sucessora, em 2010, já
era um homem feito, com 18 anos na cara. Soprou as velinhas dos 22 anos em
2014, ocasião em que Lula atarrachou a luz do seu poste pela segunda vez.
Somava 24 quando Dilma sofreu o impeachment.
Quer dizer: se o sujeito chegou à
cadeia aos 25, guiando-se pelo raciocínio do morubixaba do PT, não poderá
culpar senão os governos petistas de Lula e Dilma pela falta de “oportunidades”
educacionais e funcionais capazes de retirá-lo do caminho do crime.
Lula sempre foi celebrado como um
mágico da oratória. Entretanto, ao se apresentar como uma alternativa
presidencial limpinha, comporta-se como um mágico tantã, que acredita na
própria capacidade de tirar cartolas de dentro de um coelho. Alguma coisa
subiu-lhe à cabeça. Não é sensatez. Parece alucinação.
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