terça-feira, 19 de abril de 2016

O CANTO DE VÓLIA


CORPO E ALMA

Somos ave que em um corpo habita,
Corpo que sente, que sofre e grita.
Mas, na verdade, quem sente?
Será essa ave?
Ou o corpo tão somente?

Somos alma que quer voar,
Que sonha com mundos distantes,
Corpo que quer descansar,
Requer alimento e cuidados constantes.

Alma que ama o belo,
Que se encanta com as coisas fugidias,
Corpo que busca a sensação.
E do gozo logo se enfastia.

Alma que sente medo,
E ao mesmo tempo,
Do mundo quer conhecer o segredo.
Corpo que sente fome,
E no relógio do tempo se consome.

Alma que ama,
Que sofre a dor da saudade,
Que se alegra com a beleza,
Que precisa da amizade.

Corpo que sente:
Dor, fome, calor, frio.
Que quer comida,
Abrigo, prazer,
Que adoece ou
Está sadio.

Somos assim:
Corpo e alma,
Yang e Yin
Não e Sim.
Tudo junto,
Misturado,
Em vária gradação.

Somos feitos de barro e luz,
E caminhamos sempre,
Para onde o desejo do corpo
E a vontade da alma nos conduz.

01/03/2013



Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 




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