sábado, 31 de outubro de 2015

NÚBIA NONATO


PONTOS DE LUZ

Num bom pedaço de chão
se pode contar um milhão.
Vem a chuva devastadora,
vem o sol desolador e na
terra fragmentada, cheia
de remendos se contam
nos dedos aquele que não
tombou.
Resilientes que são, ignoram
os caprichos da natureza,
repudiam na mesmice a
ignorância de quem não
enxerga nas diferenças
anjos sem asas.



sexta-feira, 30 de outubro de 2015

SAPATOS AMARELOS

www.polocriativo.com.br

Há muitos anos, deixei de comprar roupas. Mas ando vestido, claro. Não sou exibicionista, nem teria por quê. O pobre diabo se acabrunha a cada dia. O que não faço, por autodefesa, nada mais que isso, é comprar meus próprios trajes. Transferi a responsabilidade para uma jovem senhora, minha patroa (ela odeia que eu a chame assim) que me suporta há três décadas.

Sou presa fácil de vendedores. Compro qualquer coisa, pago fortuna pelo imprestável, mas não os deixo a ver jangadas, ainda mais se me fizerem o desfavor de mostrar tudo o que está encalhado na loja. Vou ser honesto: compro mais pela necessidade premente de sair dali que pela consideração que não lhes tenho. Vendedores me oprimem. Não adianta dizer a eles, por exemplo, que a calça apertada desse jeito pode me trazer dores lancinantes e problemas futuros de impotência. Eles não desistem jamais. Não estão nem aí com meu futuro sexual.  

Certa feita, eu me encantei com um sapatinho bege. Olhei, olhei e fui embora. Mas não tirava o sapatinho da cabeça, imaginava o quanto ele combinaria com aquela calça jeans desbotada. Dias depois, voltei à loja. Um felizardo levara o sapatinho bege antes que eu. A vendedora me fez provar outro sapatinho da mesma marca, mas de cor menos discreta: amarelo ouro. Argumentei que era muito chamativo, que não combinava com minha idade etc. Segundo ela, era tudo bobagem minha, estava um gato, sei lá o que mais. Provei, dei três, quatro passos e perguntei pelo espelho de chão. Fui informado de que, na véspera, um capeta em forma de guri quebrara o espelho. Mandei embrulhar, paguei, fui embora. Com o sovaco pingando em cima do pacote. Pobres nervos, desde sempre arruinados.

Passei o dia me iludindo, de tal forma que, na minha cabeça, o sapatinho amarelo ouro se transformara no sapatinho bege, que desejara com tanto fervor. À noite, ao abrir a caixa na frente de mulher e filhos, surtamos todos. "Não me saia com isso pelas ruas, jamais, não vá trabalhar com isso. Só me faltava perder o emprego por conta disso. Mais um prejuízo, paciência”. Era o que ela, Sabiá, tinha a me dizer. Surtei. Tentei a “CÂNDIDA”. Mas a danada foi incapaz de transformar o amarelo ouro em bege. Sapatos de molho, noite perdida.

Durante algum tempo, ainda frequentava lojas de departamentos. Ali, me sentia quase livre. Podia escolher as peças sem pressões e palpites descabidos. Se a roupa não ficava bem nesse corpinho roliço, largava a peça no provador e me mandava. Tudo ia mais ou menos bem até que, em função de minha pressa, uns seguranças desconfiaram de meu comportamento, me trancaram num quarto quase escuro e me obrigaram a ficar peladinho da silva. Nunca mais eu pisei ali – ali e em loja alguma. Estou errado? (2013)



QUASE HISTÓRIAS (XCVIII)



DIA DOS PAIS

Domingão, segundo de agosto. Osório levantou cedo. Fez suas necessidades, tomou banho bem tomado, aparou a barba desde sempre mal feita. Deu de ombros para Jurema. Foi comprar as tortas de morango. Quantas? Duas, três, quantas tortas? Mais de três não dava, embora a prole fosse imensa. Osório voltou para casa com quatro tortas. De morango.  Paciência. Cartão de crédito deve ter alguma serventia. Os filhos sempre em primeiro lugar. Jurema deu de ombros. Diabética, Jurema foi de gelatina sem açúcar. Lá pelas onze da noite, tortas intactas, o telefone tocou. Era Isaura, a filha caçula. Queria saber se o pai tinha 500 contos para emprestar. (OS)

IMAGENS: VICENTE DO REGO MONTEIRO (4/4)
















“Minha pintura não poderia existir antes do cubismo, que me legou as noções de construção, luz e formas. Minhas influências: O futurismo, o cubismo, a estampa japonesa, a arte negra, a escola de Paris, nosso barroco, e sobretudo a arte do nosso ameríndio na ilha de Marajó.”
In: “Vicente do Rego Monteiro – Pintor e Poeta”; Gilberto Freire et alii; 5ª. Cor Editores; RJ, 1994[1].

“A pesquisa é necessária, mesmo para não se fazer.”

“Para mim só existem duas cidades: Recife e Paris.”
Vicente do Rego Monteiro IN: op. cit.






BRUNO NEGROMONTE

ZÉ GUILHERME - ENTREVISTA EXCLUSIVA
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Há artistas que através do seu ofício conseguem expressar em dado momento suas reminiscências afetivas e sonoras. E quando consegue-se isso através de um vigoroso tributo parece que as coisas invariavelmente transcendem do lugar-comum. Dentro desta conjuntura pode-se citar "Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva", álbum lançado recentemente pelo cantor cearense Zé GuilhermeRadicado em São Paulo há mais de três décadas, o cantor que lançou seu último projeto fonográfico em 2006, volta ao mercado com este álbum que conta com dezoito canções do repertório de um dos mais representativos artistas musicais brasileiro do século XX como foi possível atestar recentemente aqui mesmo em nosso espaço. Hoje, de modo gentil e solícito, Zé Guilherme volta ao nosso espaço para este bate-papo exclusivo onde aborda os mais distintos aspectos de sua biografia assim como também de sua carreira. Nesta informal conversa o artista relembra suas mais remotas recordações em relação à música,  sua ida para São Paulo para atender ao chamado artístico, o porquê de longos hiatos em sua discografia assim como também no fala sobre o seu mais recente projeto em homenagem a um dos maiores intérpretes da história da música popular brasileira.
Zé, quais são as suas lembranças mais remotas em relação à música? Há alguma influência familiar nesta escolha pela música?
Zé Guilherme - Nasci e cresci ouvindo minha mãe cantar. Ela adorava ouvir os programas de rádio e era fã ardorosa dos cantores da Era do Rádio, de modo especial de Orlando Silva e Dalva de Oliveira. Além disso, a cidade onde nasci Juazeiro do Norte, sempre foi um polo de manifestações musicais, folclóricas e culturais às quais acompanhei desde o berço. Estas são minhas lembranças mais remotas e minhas primeiras influências musicais.
Você vem do Vale do Cariri não é isso? Até que ponto a música dessa região influenciou ou continua influenciando a sua obra?
ZG - Sim nasci e cresci no Vale do Cariri e apesar de não ser um artista com um trabalho de vertente regionalista a musicalidade, a cultura e as tradições da região estão impregnadas no meu sangue e presentes na minha personalidade artística e pessoal.
Desde a década de 1980 que você está radicado no Sudeste. Essa decisão de partir rumo ao “Sul maravilha” se deu exclusivamente por pretensões artísticas?
ZG – Foram várias as razões que me trouxeram para São Paulo, mas a principal delas foi a busca pela ampliação do meu universo de atuação artística.
Seu primeiro álbum, “Recipiente”, é de 2001; o segundo, “Tempo ao tempo” foi lançado em 2006. Agora nove anos depois vem seu terceiro disco. Por que intervalos tão longos em seus álbuns?
ZG – Na verdade Recipiente foi lançado em 2000 e não em 2001. Tempo ao Tempo em 2006. Ambos foram discos produzidos inteiramente por mim às minhas expensas, independentes. Depois de produzidos foram lançados pelo selo Lua Music, por meio de contrato de licenciamento por tempo determinado. Agora, em 2015, o Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva, também independente. O fato de terem sido produzidos com recursos próprios, sem gravadora ou qualquer tipo de patrocínio é o que justifica intervalos tão longos, ou seja, dificuldades de ordem financeira, falta de gravadora, etc. Foram discos autofinanciados, eu sou meu próprio produtor fonográfico. Os três discos só foram possíveis devido à minha coragem, persistência e à disponibilidade dos meus parceiros envolvidos na execução dos projetos.
Depois de dois álbuns pela Lua Music você resolveu aventurar-se no universo da produção independente. Quais as maiores agruras encontradas nessa empreitada?
ZG – Como eu mencionei anteriormente os dois primeiros discos foram produzidos de forma independente por mim, a Lua Music não bancou a produção dos discos apenas foi minha parceira no licenciamento e lançamento dos discos no mercado.Portanto as agruras foram sempre as mesmas: falta de recursos, apoio, patrocínio, etc. E não foi por falta de tentativas, inclusive de leis de incentivo, porém nunca tive a sorte de captar recursos para nenhum dos três discos. Saíram na garra, na coragem e graças aos meus preciosos parceiros músicos.
Atualmente você vem apresentando o álbum “Abre a Janela - Zé Guilherme Canta Orlando Silva”, disco lançado em comemoração ao centenário do cantor das multidões Orlando Silva. Provavelmente você como muitos outros artistas cresceram ouvindo a voz do saudoso cantor. Você lembra quando e como foi que Orlando chamou a sua atenção?
ZG – Influência de minha mãe que me contaminou e contagiou com sua adoração por Orlando Silva já nos meus primeiros anos de vida. Não tem uma razão lógica, apenas me encantei. Foi um encantamento infanto-juvenil totalmente emocional sem explicação racional. Eu não tinha a menor noção do que era, como era, por que era, apenas aconteceu e cresceu comigo. Somente depois de adulto pude aprofundar o conhecimento com relação à obra de Orlando, sua importância, a estética do seu canto. O encantamento se consolidou e transformou-se em admiração, paixão mesmo. Amo ouvir Orlando Silva, sempre.
O centenário do Orlando, o primeiro ídolo de massa do nosso país, não vem ganhando a devida notoriedade pelos grandes canais de comunicação. Em um país sem memórias como o nosso isso corrobora significadamente para que o nome de um artista deste quilate caia no limbo do esquecimento. Qual a sua opinião sobre este contexto?
ZG – Orlando jamais cairá no “limbo do esquecimento”. E não acredito que o país seja um “país sem memória”, acredito sim que faltam ações para que a memória do país, de um modo geral (musical, cultural, social, política, histórica, etc.) seja alvo de atenção. Educação é a palavra chave. Um povo com acesso à educação é capaz de valorizar sua história em todos os aspectos. Conjugada com saúde, igualdade de oportunidades, acesso à informação, etc., a educação pode abrir caminhos e espaços para a notoriedade do país e de suas figuras ilustres e com isso reavivar, reacender a capacidade de cada um de nós de fazer a grandeza da história do país. Depende dos governantes e depende de cada um de nós a construção do nosso futuro.
O repertório do seu álbum em homenagem ao Orlando busca abranger especialmente a época dita como áurea do artista (período este que vai de 1938 a 1942). Houve esse cuidado em buscar abordar esses anos ou foi algo espontâneo devido a qualidade do repertório?
ZG – O período considerado por muitos como apogeu do Orlando, na verdade, vai de 1935 a 1942. Este foi o principal recorte que adotei para a escolha do repertório. O viés foi a escolha de canções menos densas, contemplando seu lado mais alegre como, por exemplo, os sambas que são cheios de bom humor em sua letras.
“Abre a janela” ganhará a estrada ou o tributo ao cantor das multidões se restringirá apenas aos equipamentos de som?
ZG – Confusa sua pergunta!!! Talvez esclareça eu dizer que é claro que o disco foi lançado comercialmente no mercado para ser comprado, ouvido, tocado, executado, etc. e sem sombra ser levado ao palco em shows de lançamento, turnê, circulação, divulgação, etc. A intenção não é deixá-lo na gaveta ou na prateleira restrito apenas para tocar em aparelhos de som.... A estrada é seu destino.

DALINHA

Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora
CIÚME DEMASIADO
DESMANTELA UM CASAMENTO

Até tempera o amor
O ciúme sendo pouco,
Mas vira coisa de louco
Quando traz angustia e dor.
Transforma-se em temor,
Acarreta sofrimento,
A vida vira um tormento
Quando é exagerado:
CIÚME DEMASIADO
DESMANTELA UM CASAMENTO.




quinta-feira, 29 de outubro de 2015

NÚBIA NONATO


SAUDADES

Sempre que releio
sempre que vasculho
no tempo palavras,
versos que se uniram
por afinidades ou
solidão, choro...
Choro de saudades
pelo momento, pelo
instante que se foi
misturado às ondas
que levam e jamais
devolvem...


IMAGENS: VICENTE DO REGO MONTEIRO (2/4)












Em 1920, Vicente do Rego Monteiro realizou uma exposição de quadros, explorando motivos indígenas, que foi considerada pela crítica como futurista. Aproximou-se da corrente modernista de pintura de São Paulo, especialmente de Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, além do romancista Oswald de Andrade.

Volta à Paris e em 1922 viaja por diversos países da Europa, em companhia de seu amigo o sociólogo e escritor Gilberto Freire. De volta ao Recife, passa a colaborar com o jornal de extrema direita Fronteiras.

Com o Estado Novo, em 1938, foi nomeado diretor da Imprensa Oficial e professor de desenho do Ginásio Pernambucano, pelo então interventor Agamenon Magalhães. Nesse período tentou ser produtor de aguardente no engenho Várzea Grande e produtor cinematográfico. Alguns de seus filmes foram exibidos na França. (Fonte: e-biografias)
























VICENTE DO REGO MONTEIRO (3/4)















Em 1939, Vicente do Rego Monteiro editou junto com Edgar Fernandes, a Revista Renovação, dedicada à educação popular. Promoveu no Recife e em Paris Congressos de poesia, com a colaboração dos poetas João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Carlos Moreira e Edson Régis.

Entre os anos de 1946 e 1957 viveu em constantes viagens entre Paris, Rio de Janeiro e São Paulo. De volta ao Recife foi contratado professor da Escola de Belas Artes. Passou a colaborar com o Jornal do Comércio. Em 1966, transferiu-se para Brasília, onde assumiu o cargo de professor do Instituto Central de Artes.


Vicente do Rego Monteiro faleceu em Recife, no dia 5 de junho de 1970. (Fonte: e-biografias)



CHARGES: DIRETO DA "BESTA"

JORNAL DA BESTA FUBANA


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PATER – A TRIBUNA (ES)



mariano
MARIANO – CHARGE ONLINE


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LUTE – HOJE EM DIA (MG)


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JORGE BRAGA – O POPULAR (GO)



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FAUSTO – OLHO VIVO


duke
DUKE – O TEMPO (MG)



iotti
IOTTI – ZERO HORA (RS)



SOLIDÃO

Adicionar legenda

Queridos, lamento informá-los: essa porcaria não existe. Nossos fantasmas estarão sempre por perto.


VIDRÁGUAS: CARMEN SÍLVIA PRESOTTO


Quisera o sexo
dos sonhos…
ter na tez a
língua, o ser
o giro
ser do
espanto,
o tudo
Quisera a palavra
solta…
a deslizar nua
desperta
tua repleta,
povoando-me
o plexo, o dorso
do verso, quisera
Eros
querubins
quero sins
poesia!


Carmen Silvia Presotto - Vidráguas

Carmen Silvia Presotto
Carmen Silvia Presotto 
é Coordenadora Editorial na 
empresa Vidráguas.
É também autora dos seguintes livros:
Postigos: Poesia. Editora Vidráguas, 2010.
Encaixes: Poesia. Editora Vidráguas, 2006.             
Dobras do Tempo: Poesia. Editora Alcance, 2003.
      

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

QUASE HISTÓRIAS (XCVII)

Resultado de imagem para imagens ladrão no telhado
INTERNET

MÃE X FILHO

O fato ocorreu há 50 anos. Morávamos na periferia de São Paulo, casa boa para os padrões locais. A rua sem asfalto, em dias de chuva forte, ficava quase intransitável, até para pedestres. Usávamos galochas. O pai trabalhava bastante, não rejeitava hora extra, mas ainda não conseguira comprar um carro, ia e vinha de ônibus.

Numa sexta-feira, chegou tarde do serviço, quase meia-noite. Mãe e avó preocupadas com a demora, embora ela não fosse novidade. Mal ele se sentou à mesa para jantar, começou o inferno: cães vadios latiam ensandecidos ao redor da casa. Nos dois lados e nos fundos, terrenos baldios. Vinha do telhado, um barulho estranho, parecia de passos.

O pai não teve dúvidas: é ladrão, ele vai descer pelas escadas que levam à área de serviço e tentar entrar pela porta da cozinha. Teve, então, uma “ideia genial”. Aquele homem de fala mansa incorporou um tenor:

-- Mãe: traga o revólver – gritou ele para minha avó, que respondeu ainda mais alto:

-- Você, filho, está louco? Nunca tivemos armas em casa!

Quase surtamos. Totó infartou. Mas, minutos depois, o barulho no telhado cessou. Os cães, assim como chegaram, se foram, barulhentos. Uma pergunta nos atormentou por muito tempo:

-- O que faria um ladrão no telhado de uma casa sem chaminé?



O CANTO DE VÓLIA

Foto de Ben Canales 

CAMINHO PARA PASSÁRGADA

Às vezes busco estrelas distantes,
Sonhando estarem ao alcance das mãos,
Quando já não encontro seu brilho,
Nem com o aguçar do olhar.

Sonho tanto...
E os sonhos talvez me confundam,
E eu pense que um dia,
O que me contam as estrelas,
Possa se realizar.

Ainda busco na escuridão,
O brilho perdido de um olhar,
Como estrela solitária,
Que haveria de me guiar.

Mas a noite passa tão rápido...
E a claridade do novo dia
Apaga a ilusão do sonho,
E fica a realidade,
Crua, concreta.

Então espero que a tarde
Leve com seus ventos quentes,
Esse dia quadrado, formatado.
E o adormecer do Sol permita-me
Ter de volta as estrelas.

E talvez, qualquer dia,
No meio delas,
Eu encontre o brilho que persigo,
E com ele eu encontre de volta,
O caminho para minha Passárgada.

19/01/14


Vólia Loureiro Do Amaral
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 



COISAS DA VIDA

NO TRÂNSITO

(Por Violante Pimentel) Em Natal, (RN) num dia de semana à tarde, na hora mais tumultuada do trânsito, um motorista de táxi, metido a bonitão e conquistador, dirigia pelas ruas do bairro do Tirol, em direção à Via Costeira, onde deixaria um turista num hotel. De repente, a poucos metros à frente, caminhando na calçada ao lado, surgiu uma linda morena, muito alta e elegante, vestida com roupa provocante e com sapatos altíssimos. O charme e a beleza escultural da moça chamavam a atenção das pessoas que por ali passavam. O motorista do táxi, ao avistar aquele "avião", ficou perturbado. Reduziu a velocidade do carro, para melhor observar ”a bela da tarde”. Empolgado com aquela aparição, o homem não se conteve e falou para o distinto passageiro, que estava sentado no banco da frente, ao seu lado:

- Olha só, que mulher bonita!!! Estou até desorientado!!! É um verdadeiro avião!!! Não é mesmo, amigo?

Muito irritado, o passageiro respondeu gritando:

FEIA, FEIA, FEIA!!!FEIA!!!!
O motorista, incrédulo diante do que estava ouvindo, retrucou:

-Ela é linda, cara!!! Muito gostosa! Boazuda! Ah se desse pra mim!
FEIA!!! FEIA!!! FEIA!!! FEIAAAAAAAAA!!!

Assustado, o motorista respondeu, sem desgrudar os olhos da mulher:

-- Está achando ela feia???? Você parece que não gosta é de mulher???

Nesse momento, o táxi bateu na traseira de um ônibus que seguia à sua frente, pegando de surpresa o distraído motorista, e provocando pânico no passageiro. O barulho foi grande e o susto ainda maior!!! O carro ficou bastante danificado e com a frente destruída. O motorista, em estado de choque, voltou-se contra o passageiro:

Violante Pimentel
Violante Pimentel
 é procuradora aposentada
  do Estado do Rio Grande do Norte

-- Por que você não me avisou que ía um ônibus na minha frente???!!!  Você devia ter me alertado!!! PQP!!! O passageiro, com o ombro machucado, respondeu furioso:

- EU ITEI:“FEIA, FEIA, FEIA   (freia), ARALHO!!!EU ITEI (gritei)!!! OCÊ NUM FEIÔ (freiou)!!! É URDO (surdo), É? ARALHO!!! EU AVA ITANDO:- FEIA...FEIA...FEIA... !!! AGORA SE FUDEU!!! PQP!!!

Motorista e passageiro foram levados ao Pronto Socorro por uma ambulância do SAMU. Por sorte, os dois escaparam.





sábado, 24 de outubro de 2015

CHARGES: DIRETO DA "BESTA"


JORNAL DA BESTA FUBANA

AUTO_sponholz
SPONHOLZ – JBF


AUTO_pelicano
PELICANO – TRIBUNA (SP)


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RONALDO – JORNAL DO COMMERCIO (PE)



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ALPINO – BLOG DO ALPINO


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SID – CHARGE ONLINE


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PATER – A TRIBUNA (ES)