quarta-feira, 27 de novembro de 2019

MULHER PÚBLICA

GOOGLE

Ananias, nosso jornalista em fim de carreira, estava literalmente inconsolável:

-- Não me faltava mais nada, Velho Marinheiro, mais nada mesmo. Além de não pegar o trabalho de assessoria, fui humilhado. A deputada me colocou abaixo de cachorro.

-- O que você fez? – quis saber o Lobo do Mar.

-- Nada. Só a cumprimentei por ter sido eleita.

-- Só por isso? Não pode ser.

-- Também lhe disse: “Agora, a senhora é uma mulher pública”. E ela retrucou: "Mulher pública é sua mãe, vagabundo!"



-- Tenha paciência, Ananias. Você morre pela boca. Só tomando uma lapada. 

(OSilveira 2014 - atualizada em novembro de 2019)

terça-feira, 26 de novembro de 2019

QUASE HISTÓRIAS: O FILHO DAS "PUTAS"

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-- Doutor, eu estou aflito, angustiado mesmo. Pensei em dar um fim na vida.

-- O que é isso, rapaz?. O que está acontecendo?

-- Desde sempre me chamam de filho disso, de filho daquilo... Nunca dei bola. Mas, adulto, resolvi investigar.

-- E daí?

-- Daí que todos, sem exceção, me dizem que mamãe saía com todo mundo, tinha fogo inapagável, que papai sempre foi chifrudo...

-- É verdade. Conheci bem Isaura, muito bem mesmo. Ela tinha um fogo de assustar equipe do corpo de bombeiros. Mulher de valor. Fez a alegria de muita gente. A minha, inclusive. Isaura cobrava caro. Mas dava em dobro. Tenho ótimas lembranças dela.

-- Quer dizer, então, que eu sou mesmo um filho da puta?

-- Não, não. Isaura era estéril, nunca pôde ter filhos. Você foi adotado.

-- Graças a Deus. Puta merda. Que bom, que bom! Não sou um filho da puta. Fui criado por puta. Mas não sou filho da puta. Isso faz grande diferença. Que Deus a tenha. Foi boa mãe.

-- Está vendo. Ia fazer besteira à toa.  

-- O senhor conheceu minha verdadeira mãe?

-- Claro. Conheci, sim. Mas estive com a falecida e igualmente saudosa Lucinda poucas vezes. Lucinda e Isaura trabalhavam no mesmo ponto... Nunca ninguém soube quem é seu pai verdadeiro, acho que nem Lucinda. Mas isso é coisa do passado. Deixe pra lá. A vida está aí para ser vivida. Sem traumas. Aliás, se eu fosse você, aproveitava a oportunidade e me candidatava a deputado. 

(OS - Atualizado em novembro de 2019)

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PESSOAS? Da maioria absoluta desgosto profundamente. Pela minoria absoluta, tenho afeto. Na dúvida, durmo com o cão que já não tenho. Saudade do Guga. Por Orlando Silveira. Em "Rapidíssimas"
https://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2017/09/rapidissimas.html#comment-form



quarta-feira, 20 de novembro de 2019

NÃO É O MELHOR, MAS...



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ILUSTRAÇÃO: ARQUIVO GOOGLE




Não há quem não conheça Josué Lemos na Vila Invernada, bairro pobre da zona Leste de São Paulo, local em que nasceu, criou-se e entrou na pior idade. A vida dura o obrigou a se virar nos trinta, seja lá o que isso queira dizer. Ele é uma espécie de “faz tudo”, pau pra toda obra. Ergue e pinta paredes, enche laje, desentope canos, troca fiação, remenda calçadas e muros, cata lata, vende papelão, faz carreto na feira.

Para Josué, não há tempo ruim. Gaba-se de estar a serviço da “comunidade” 24 horas por dia, de segunda a segunda, incluindo feriados. Só não trabalha na sexta-feira da Paixão. E o que é melhor – para os clientes, claro: é barateiro. Sobe no telhado por qualquer bagatela, apara grama de quintal e trepadeira de muros por duas pingas e uma cerveja. Nunca reclama do que lhe pagam: “Eu preciso de pouco pra viver”.

Josué só não gosta muito de fazer serviços na casa do Velho Marinheiro, nosso Lobo do Mar:

-- Ele é exigente demais, põe reparo em tudo, difícil agradar aquele homem. Quando começa a caçar o bicho do pé, então, me deixa nervoso, sei que a bronca é certa. Só vou lá por causa de dona Mafalda, um doce de criatura.

Sejamos justos: que o Velho Marinheiro tem gênio ruim, todo mundo sabe; mas não é o único a reclamar de Josué. Ao contrário. É raro encontrar alguém que elogie os serviços que faz. Afinal, ninguém pode ser bom em tudo, não é? Por que o contratam, afinal? Porque é boa praça, está sempre disponível, não bebe durante o expediente, é barateiro e de confiança, ao contrário da maioria de seus concorrentes, cujos serviços, em termos de qualidade, igualam-se aos seus.

Josué sabe disso.

Quando alguém reclama disso ou daquilo, dispara seu bordão predileto: “Eu sou Josué Lemos. Não sou o melhor. Mas sou o que temos”.

(OS 2013 - atualizado em novembro de 2019)



terça-feira, 19 de novembro de 2019

QUASE HISTÓRIAS: MÃE, O PAI ARRUMOU EMPREGO!

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Ilustração: iStock

Um dos pequenos, tão logo viu o pai abrir a porta com um pacote na mão esquerda, começou a berrar de satisfação:

-- Mãe, o pai arrumou emprego, o pai arrumou emprego, vem ver, mãe, ele comprou maçã pra nós!

Os irmãos engrossaram, com igual entusiasmo, a gritaria do precipitado. E avançaram sobre o pacote com as frutas.

Ao ver a cara amarrotada de Toninho, Odete, de imediato, teve certeza de que a história não era bem aquela. Conhecia o marido como ninguém. Mas nada falou além de “oi”. Lavou as maçãs em silêncio, deu uma para cada filho, esperou que os três voltassem a brincar no quintal. Então, puxou conversa:

-- Conseguiu alguma coisa?

-- Nada, Odete. Ainda não foi dessa vez.

-- Calma, Toninho. Uma hora vai dar certo.

-- Deus te ouça. Não sei como vamos pagar o próximo aluguel.

-- Meu pai e meu irmão ficaram de nos ajudar. Fome – tenho fé – não vamos passar, não. Mas beber não ajuda em nada, homem, só faz piorar o que está ruim.  

-- Eu sei. É que eu preciso dormir essa noite.

Em busca de outra maçã, um dos meninos retornou à cozinha e perguntou pelo pai.    

-- Foi dormir.

-- O pai é gozado. Arrumou emprego e continua de cara feia.

-- Liga não, filho. Você não conhece seu pai? Está tudo bem. Brinquem mais um pouquinho, depois vamos tomar banho, jantar e dormir.

-- Tá bom, mãe. Fala pra ele trazer mais maçãs, amanhã.

(OS - ATUALIZADO EM NOVEMBRO DE 2019)

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

RAPIDÍSSSIMAS

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IMAGEM: GOOGLE


BARCOS

Só eles partem indiferentes.

VOX POPULI
Em boca fechada não entra mosquito. Nem comida e bebida. Abra sua boca, homem.

VOX POPULI (II)

“Nem só de pão vive o homem”. É vero. Um "sexinho" de vez em quando é bom.

VOX POPULI (III)

 “Papagaio velho não aprende a falar”. Pena que a regra não valha também para os novos. 

VOX POPULI (IV)

 “Todos os caminhos levam a Roma.” Desde que você, claro, tenha dinheiro pra pagar as passagens.

Foto de Orlando Silveira.


ROLÊ

Bora, Sabiá. Hora de namorar.

VONTADE POLÍTICA

Ela, sabemos, não é tudo. Mas, sem ela não se chega a lugar algum.

DO NADA

De repente, não mais que de repente, lembrou-se dos tempos em que se beijavam com ardência. Bateu saudade.

SOU DOS ANTIGOS

Do tempo em que homem ia ao banheiro, jamais ao toalete.

(OS- Novembro de 2019)



quarta-feira, 13 de novembro de 2019

PERGUNTAR NÃO OFENDE

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FOTO: UOL
O Velho Marinheiro andava injuriado, com os nervos em frangalhos, paciência zero. Não era para menos. O início de pneumonia o tirou de combate. Nem ao bar do Carneiro podia ir para trocar prosa com Ananias. Dar uma talagada? Nem pensar. Malditos antibióticos. Se ele apanhava o maço de cigarros, tinha que ouvir as reprimendas de Mafalda (a mulher) e de Irene (a neta predileta). “O que vocês querem que eu faça? Que aprenda a tricotar?” – resmungava.

Ante o mau humor do nosso Lobo do Mar, caçador implacável de bicho de pé imaginário, Mafalda e Irene rezavam: “Senhor, não permita que nos apareça alguma visita surpresa”. Ocupado com coisas mais importantes, o Todo Poderoso fez ouvidos moucos. A visita chegou. Era Marlene, amiga da neta, perua assumida, mais espalhafatosa impossível. E Marlene chegou com uma novidade: botara silicone nos seios. Estavam tão volumosos e firmes que se dava ao luxo duplo: dispensar o sutiã e usar camiseta branca.

Falante que só, Marlene exaltava a perícia do cirurgião plástico e detalhava seus planos futuros: esticar a pele aqui e acolá, colocar botox etc. O Velho Marinheiro era todo ouvido; Mafalda e Irene, pura aflição. Chegaram a lhe sugerir que fosse descansar no quarto, proposta de pronto rechaçada:

-- Daqui eu não saio. A conversa está muito boa. Mas vou dar um conselho à moça: se você for fazer novas cirurgias, mude de cirurgião.

-- Por que o senhor diz isso? – quis saber a visitante.

-- Por duas razões. A primeira: você não tem mais peitos, carrega duas bolas de capotão, que vão lhe arruinar a coluna. A segunda: observei que os bicos ficaram estrábicos, cada um “olha” para um lado.

-- Meu velho: vá fumar seu cigarrinho na outra sala, pelo amor de Deus.

E ele foi, todo contente, mas antes fez uma pergunta à visitante:

-- Seu marido tem coragem de chegar perto de um "trem" desses?

(OS - ATUALIZADA EM novembro de 2019)


terça-feira, 12 de novembro de 2019

QUASE HISTÓRIAS: A FARRA DOS SINOS

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foto: arquivo google

O sino da igreja faz sua algazarra diária. São dezoito horas em ponto. Ele convoca os fiéis para a missa das seis com o entusiasmo típico dos pentecostais, embora esteja dependurado na torre de uma igreja católica. Deve ser da corrente carismática, o sino. Salvo engano, entusiasmo maior que o badalar das dezoito horas só aos domingos de manhã. Missa das dez. A alameda que leva à igreja ganha, então, um contingente considerável de transeuntes – homens e mulheres de fé variada, mas todos arrumadinhos. Nesse dia, Juvenal, por exemplo, toma banho, troca a roupa que usara ao longo da semana e passa fixador nos poucos fios de cabelo que ainda lhe restam. Uca só depois da cerimônia. Está certo, o Juvenal. Não tem cabimento entrar tocado na igreja. É questão de respeito, ora.

Sempre que o sino soa chamando os fiéis uma dúvida passageira me acomete. Vou, não vou? Vou, não vou?

Claro que eu não vou, nunca fui de missa. Participei de algumas, evidentemente, quase sempre meio contrariado: batizado e crisma (dos filhos e dos filhos dos amigos), casamento de colegas de repartição, missa de sétimo dia de gente que fora próxima. Eventos assim. Nem por isso desgosto de igrejas. Ao contrário. Mas só as visito fora dos horários de culto, quando estão vazias. Não consigo rezar com gente ao meu redor. Nem com cantoria. Meu pai sempre me dizia que Deus se manifesta no silêncio. Penso que ele estava certo. Nessas horas, à minha maneira, converso com Ele, arrisco um Pai Nosso entre dois sinais da cruz. 

Sei lá. Acho que Deus me entende. Até aonde me recordo, nunca me faltou. Doenças, mortes e perda de emprego fazem parte da vida, são inevitáveis. Pode ser excesso de otimismo de minha parte – vai saber –, mas penso que Ele releva essa minha falta de jeito. (OS – ATUALIZADO EM NOVEMBRO DE 2019)

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

RAPIDÍSSIMAS


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TERCEIRIZAÇÃO

Na verdade, sempre fora homem de fé miúda. Agora, da cama do hospital, pede a todos os que o visitam orações por sua saúde.

ALÍVIO

Toda vez que um sujeito se revela canalha, me sinto liberado a não cumprir os eventuais tratos com ele assumidos.

FAQUIRES

Não há pernas, bundas, seios etc., definitivamente, imprestáveis. Ao menos, pra quem gosta. Há homens que não gostam de comer. Servos da falta de tesão.

TALVEZ, TALVEZ

Na quinta, não lhes garanto. Talvez no sábado, se a sexta deixar.

RENEGOU A VIDA

Por temer a morte. Tolo.

AMIGO URSO

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Sua maior preocupação não era ganhar mais, subir na vida, como se diz. Seu desejo era bem outro: que os colegas de trabalho e conhecidos em geral ganhassem menos que ele.


BIQUINI

Debate eleitoral é como tanga de praia, mostra tudo, menos o essencial, como diria Roberto Campos.

ESPORTE NACIONAL
Todo mundo mete o pau em político. Até que ele lhe arrume uma sinecura.

RAZÕES

Nem sempre se insiste no erro por burrice. Às vezes, é por falta de opção.

(OS - NOVEMBRO DE 2019)


quarta-feira, 6 de novembro de 2019

DE CARTOLA E PINCENÊ


 -- Gostei de ver meu amigo Velho Marinheiro ontem à noite, na fila de autógrafos, todo nos trinques, arrumado, cheirando perfume bom. Até Deolinda comentou.

-- O que ela lhe disse, Ananias?

-- Que o senhor estava um “gato”.

-- Não me venha com zombaria, seu vagabundo.

-- Verdade, Velho Marinheiro, juro. “Gato”. Palavra dela.

-- Não me importa. Deolinda é minha amiga, tem idade para ser minha filha. Vamos voltar ao livro.

-- Tudo bem. O senhor é quem manda.

-- Ananias: tenho gênio difícil, mas não sou homem de fazer desfeita para seu ninguém, nunca fui. Não suporto uma coisa dessas. Não poderia deixar de ir ao lançamento do livro. Muito embora você saiba o que eu penso de Romualdo Bastos: é uma besta de discurso oco e empolado. Nem poderia ser diferente. O homem não faz outra coisa, além palavras cruzadas.

-- Mas o senhor gostou do romance?

-- Não.

-- Mas já leu o livro inteiro?

-- Não li nem vou ler. Livro é como mulher. De cara, a gente percebe se vale a pena. Aliás, se você quiser, eu lhe dou o meu exemplar. 

-- Não precisa. Eu também comprei um.

-- Qual o problema? Você dá de presente para um desafeto. Não é possível que você não tenha nenhum desafeto. Além do mais, até onde sei, sua sogra está viva e com saúde.

-- Está bom. Vou pensar. Mas por que não gostou do romance?

-- Porque o livro é a cara do autor. Ele deve ter escrito aquela porcaria caçando palavras difíceis no dicionário, para impressionar os incautos. É uma escrita de cartola e pincenê, se me entende. O que poderia ser dito num único parágrafo consome páginas e mais páginas. Romualdo também abusa dos gerúndios. E o pior de tudo: escreve como se estivesse cumprindo uma missão impossível – salvar o mundo. A função do romance é outra. Se gostasse de conselheiros, vivia de mãos dadas com o padre Chico. Deixa pra lá. Mas, afinal, você quer ou não quer o livro?

-- Aceito.

-- Sua sogra vai gostar. Amanhã lhe trago o danado. Vamos esquecer o livro e o autor. Por mera curiosidade, Ananias, o que Deolinda lhe disse mesmo a meu respeito? (OS - atualizado em novembro de 2019)



terça-feira, 5 de novembro de 2019

QUASE HISTÓRIAS: AS NÁDEGAS DA DEOLINDA

Martha - Lan
LAN

Há certas coisas que a gente fala, mas que não deveria falar. Diz por dizer, porque naquela hora, não tem prosa melhor. Não que elas, as coisas ditas, sejam erradas. Elas são inúteis, isto sim. Ninguém muda ninguém. Eu, por exemplo, não me fio muito nessa história de que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Melhor economizar a água e comprar uma furadeira. Sai mais barato. É mais rápido e, ecologicamente, correto. Não se corre o risco de aporrinhar os outros com a mesma cantilena de sempre.

De nada adianta, por exemplo, você chegar para aquele seu amigo de copo e de cruz, como canta Chico Buarque, e lhe dizer com sabedoria acaciana: “Controle o cigarro, dê um tempo na bebida. Você está tomando demais, fumando muito. Já não tem mais idade para isso, não. Outra coisa: você está dando muita bandeira. Esse negócio de não tirar os olhos das nádegas da Deolinda vai acabar em tragédia. O marido dela é forte e valentão. E anda armado! E não costuma errar o alvo!”

Não adianta mesmo dizer aquilo tudo para seu amigo, porque ele já sabe que fuma e bebe demais, que beber e fumar demais faz mal à saúde (o ministério da Saúde, pelo visto, só existe pra isso mesmo: para nos alertar), que as nádegas da Deolinda são fantásticas e que, azar dos azares, o marido dela tem gênio de cão raivoso. Ele já sabe de tudo isso. E sabe mais: ele sabe que você também toma umas & outras, fuma sem descontinuar, é fissurado no balançar das ancas da Deolinda. Aliás, vocês se encontram todos os dias, no bar, justamente para jogar conversa fora, tomar uns tragos, admirar as nádegas da Deolinda etc. Ou não?

Também de nada adianta tentar consolar os inconsoláveis com o tradicional “se Deus quiser”. E se Ele não quiser, como é que fica? Só nos resta rezar. E, no caso de vocês, rezar muito. Para que pulmões e fígados suportem o baque. Mas, acima de tudo, para que o marido de Deolinda jamais perceba suas oníricas intenções. Ou que, na pior das hipóteses, em percebendo, erre o alvo. (OS - Atualizado em novembro de 2019)


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

RAPIDÍSSIMAS

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IMAGEM: GOOGLE


SEM ESCAPATÓRIA

Há momentos na vida em que: ou você aprende a lidar com suas incapacidades, ou só lhe restará mergulhar de cabeça no poço da tristeza sem fim.  

CARENTE

Hoje, estou com saudades de todos. Até dos inimigos que não tenho.

IDEIA FIXA

Não queria coisa alguma da vida. Só desejava que você não a tivesse.

É SIMPLES ASSIM

A desgraça alheia não me torna menos infeliz. Até porque não me conforta nem minimiza minhas mazelas.

CHAVECO

Não minto, companheiro. Apenas, embora frequentemente, me equivoque.

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PANTALEÃO

O sonho de consumo de todo mentiroso é ter uma Terta para chamar de sua.

E NÃO É?

Depois de certa idade selinho bem dado é porto seguro.

BRIGAR?

Não vale a pena. É tudo tão tolo.

MORRA NÂO, MEU BEM
Morrer é lástima. Nada sem volta presta.

(OS – outubro de 2019)